Colômbia, Peru e Sul da África são mercados promissores 02/08/2013 - 15:50

Colômbia, Peru e países da África Austral apresentam grandes oportunidades de negócios ainda pouco exploradas pelo Brasil. O assunto foi discutido na 1ª Edição do Fórum de Negócios Internacionais, realizado quarta-feira (31) na sede da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil). O impressionante desempenho dessas economias foi apresentado por representantes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e da Walvis Bay Corridor Group - parceria público-privada que envolve governos e empresas da África Austral (região sul do continente). A gerente de projetos da Apex, Mônica Vanise Araújo da Costa, mostrou que, enquanto o Brasil deve crescer 3,9% em média até 2018 – numa perspectiva bastante otimista – a Colômbia terá 4,4% de crescimento médio e o Peru, 6,1%. O desempenho da Argentina será pior. O País vizinho deixará de ser o principal parceiro econômico do Brasil daqui a cinco anos, sendo substituído pelos colombianos.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que, no período de 2008 a 2018, o PIB do Peru terá crescido mais de 180%, passando de US$ 127 bilhões para US$ 358 bilhões, e chegando próximo ao da Venezuela. Já a Colômbia vai passar de um PIB de US$ 235 bilhões para US$ 525 bilhões, encostando na Argentina, que ficará com US$ 581 bilhões.

Mônica diz que a aposta nos dois países vizinhos não se deve apenas aos números. "Apesar do Mercosul, a Argentina tem histórico de restrições, de barreiras comerciais. As relações com Peru e Colômbia são sempre mais tranquilas", afirma.

Segundo ela, no momento em que o Brasil enfrenta dificuldades econômicas, os empresários deveriam se sentir mais atraídos pelo mercado exterior. "Se as coisas não estão tão bem aqui, por que não ir para os mercados que não estão nesta mesma situação?", questiona.

O diretor geral da Hydronlubz, Jorge Henrique Fornasier, que participou do evento, concorda. Sua empresa produz lavadoras de alta pressão e bombas de graxa. As vendas no mercado interno caíram 30% neste ano. "Ficamos mais motivados a buscar mercado lá fora", afirma ele, que já exporta para o Paraguai. De acordo com o empresário, é hora de sair do "comodismo" e se arriscar no comércio internacional.

Fornasier participa do Peiex, projeto que funciona como um braço da Apex no Paraná, em parceria com a Fundação Araucária. "Há pouco tempo participamos de uma rodada de negócios em Curitiba. Estamos animados e adaptando nosso material de divulgação para o espanhol e o inglês", conta. Ele ficou bem interessado nas oportunidades de negócio na África (leia mais nesta página) e se candidatou a participar de uma futura missão empresarial para aquele continente.

Outro que participou do evento foi o empresário Marcus Tudino, da Combinare Estofados, de Arapongas. Presidente do Arranjo Produtivo Local (APL) de Móveis, ele também gostou de saber mais sobre a África Austral. "Acho que chegar à África é mais fácil que à Ásia, não só pela distância, mas por termos uma cultura mais próxima à dos africanos que à dos asiáticos", afirma.

A empresa de Tudino não exporta mais. Ele explica que, no setor de estofados, a dependência de matéria-prima estrangeira é muito grande e as oscilações do dólar atrapalham muito. Mas conta que o polo moveleiro de Arapongas já exporta para países como Namíbia e Angola.

A 1ª Edição do Fórum de Negócios Internacionais de Londrina foi uma parceria entre Acil, Instituto Mercosul, Peiex Paraná, Sebrae e Terra Roxa Investimentos.

Fonte: Folha de Londrina

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