Araucária apoia o desenvolvimento de tecnologia verde para descarbonização da aviação brasileira 01/04/2022 - 00:51

Com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa pelo setor aeroportuário, foi lançada hoje uma iniciativa inovadora para a produção de combustíveis renováveis a partir de biogás e hidrogênio verde. Os responsáveis são a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Agência Técnica de Cooperação Alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), a Fundação Araucária, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Núcleo de Pesquisas em Hidrogênio (NUPHI) do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), que assinaram a parceria.

O empreendimento será realizado no estado do Paraná ao longo de dois anos e vai contar com investimentos na ordem de 2,063,738.42 milhões de euros, 80% financiados pela GIZ e 20%  pela Fundação Araucária. A ideia é desenvolver tecnologia alternativa que seja utilizada pelo setor de transportes para restringir os impactos climáticos gerados pela queima de combustíveis fósseis, como a produção de Combustível Sustentável de Aviação - SAF em pequena escala. O projeto prevê também a transferência de conhecimentos e a produção descentralizada de combustíveis renováveis a partir da elaboração de um modelo técnico.

“O Paraná tem enormes possibilidades de se transformar em um ator muito importante nas questões ligadas à produção do hidrogênio verde a partir da biomassa. Nós temos condições para isso, e acima de tudo, temos instituições de ciência e tecnologia que são capazes de suportar realmente essa grande transformação que teremos referente ao suprimento de energias nas próximas décadas”, ressaltou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

Ao substituir o carbono pelo uso do biogás, combinando-o com o hidrogênio verde produzido a partir de água e energia renovável, a iniciativa cria uma nova rota tecnológica para fontes alternativas de energia. Esses esforços incentivam a bioeconomia local e reforçam medidas sustentáveis, como a necessidade do tratamento adequado dos resíduos orgânicos. Esses esforços incentivam a bioeconomia local e reforçam medidas sustentáveis, como a necessidade do tratamento adequado dos resíduos orgânicos.

“Uma vez que todo o território brasileiro tem disponibilidade de biomassa residual, a solução proposta pelo projeto pode ser replicada em todo o país, oferecendo uma oportunidade para a produção descentralizada de combustíveis neutros em carbono. A transição energética impulsionada pelos esforços de descarbonização representa um momento decisivo para a incorporação de energia proveniente de fontes renováveis na matriz energética. Isso tem o potencial de transformar a economia global, e o Brasil pode se apresentar como líder neste cenário”, afirma o Dr. Markus Francke diretor do projeto H2Brasil da GIZ.

O acordo firmado integra a parceria entre dois projetos da GIZ: H2Brasil, que busca a expansão de hidrogênio verde no país, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME) e o ProQR, projeto voltado para a produção local e descentralizada de combustíveis sustentáveis para redução do carbono na atmosfera, coordenado em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Essas iniciativas estão ancoradas na busca por uma série de tecnologias que permitam reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover a descarbonização de setores-chave, como o transporte pesado.

“Esta parceria com a GIZ é extremamente bem-vinda para o Paraná. Nós temos uma tradição de cooperação com a Agência, principalmente nas áreas ligadas à geração  e pesquisas de energias renováveis como um todos, e queremos continuar sendo parceiros nos próximos anos”, complementou Wahrhaftig.

Com a planta piloto desenvolvida no Paraná, a expectativa é de que sejam criados polos de hidrogênio verde em regiões com excedentes de energia renovável.

O H2V e a Cooperação Alemã

A Cooperação Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável trabalha há décadas nas áreas de energia sustentável e eficiência energética. Mais recentemente, vem apoiando o aprimoramento das condições legais, institucionais e tecnológicas para a expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) no país. Nos próximos anos, com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), serão implementadas ações para a construção de laboratórios, desenvolvimento de novas tecnologias, fomento ao desenvolvimento e financiamento de ideias inovadores e projetos tecnológicos, construção de laboratórios, estudos, educação profissional e capacitação na área do hidrogênio verde.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da GIZ.