A Araucária promoveu nesta segunda-feira (31) um evento online referente à expansão do Programa WASH – Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática na escola pública do Paraná. A reunião contou com a participação de pró-reitores de extensão e representantes das universidades e institutos públicos do Estado, de responsáveis por  escolas públicas e do Biopark.

“O Paraná possui aproximadamente nove ecossistemas de inovação  que contam com um patrimônio excepcional de universidades e institutos de pesquisa públicos e privados.E essas instituições podem firmar parcerias com escolas tanto municipais como estaduais para proporcionar o ensino de qualidade que envolva as áreas abrangidas pelo Programa WASH, como por exemplo, a programação de computadores . Desta forma, com as crianças devidamente orientadas, o Estado passa a ter futuramente profissionais capacitados para torná-lo cada vez mas inovador”, destacou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

O WASH é um Programa com atividades educacionais não formais, que tem como principais objetivos a promoção da iniciação científica e a popularização da ciência para estudantes do ensino fundamental, com a participação de estudantes do ensino técnico, médio e de graduação – principalmente da rede pública. O Programa é uma ação do CNPq e que pode ser implantado pelas várias unidades federais, estaduais e municipais sendo adaptado às realidades de cada região, e para isso, também existe um documento de referência constante na Portaria 178/2018 que pode servir como modelo para os locais que queiram aplicar esta metodologia.

 “O objetivo é buscar o incentivo e a motivação do ensino das áreas integrantes do Programa WASH,como por exemplo, a programação de computadores, para as crianças já a partir da faixa etária entre nove e 12 anos. Com isso, acredito que estamos dando um passo importante para intensificar esta formação no Paraná. Além de articular as ações das sete universidades estaduais, a superintendência também tem a missão de desenvolver iniciativas que envolvam a ciência e a tecnologia, portanto, tem total interesse em apoiar a expansão do Programa WASH no Paraná”, afirmou o superintendente de ciência, tecnologia e ensino superior, Aldo Bona.

No Programa, os estudantes participam de vivências STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) – são oficinas de interação para a convivência, aprendizado e desenvolvimento de projetos de pesquisas, baseados no método científico, nos mais diversos níveis de complexidade. O WASH se vale de ferramentas científicas, tecnológicas, lúdicas e culturais para estimular habilidades relacionadas ao conhecimento e à aprendizagem.

O WASH promove também uma ponte entre centros de excelência e os educandos da escola pública, e ainda das universidades e do ensino básico. É uma rede na qual o conhecimento é transmitido do ensino superior (professores da rede federal, de escolas técnicas e do ensino médio), para alunos do ensino médio, do fundamental I e II. É implantado de forma gradual e ramificada, englobando coordenador, professor, multiplicador e educando. O valor fundamental do WASH é o método científico, apoiado na aprendizagem de técnicas de programação de computadores no contexto da Rede Pública de Ensino.

Para o aprendizado inicial são oferecidas oficinas de introdução na programação de computadores utilizando linguagens voltadas para iniciantes. Permite obter resultados rapidamente, tais como jogos, histórias animadas e programas interativos, funcionando, também, como um estímulo à aprendizagem de matemática, português, lógica, entre outras disciplinas.

“Antes da pandemia o mercado já oferecia 10 mil vagas de emprego na área de tecnologia, e com certeza, atualmente devem existir ainda mais vagas para profissionais nesse setor, pois as empresas estão sendo obrigadas a se modernizar. Portanto, com essa carência gerada a melhor iniciativa é de formar as pessoas desde cedo, ou seja, na escola básica, para que no futuro toda essa demanda essa atendida”, informou o superintendente geral de inovação, Henrique Domakoski.

O WASH oferece, em parceria com entidades promotoras que adotam a metodologia, a exposição ao método científico e ao letramento tecnológico, num contexto de valorização da autonomia dos estudantes. “O Projeto é bastante aberto e se adapta às várias realidades locais.Uma das coisas que a gente observa é a agregação de outras fontes de recursos, à medida que o projeto vai se consolidando regionalmente. O WASH propõe o protagonismo do estudante de todas as idades na investigação tecnológica e científica e concentra o seu investimento em pessoas”, disse o coordenador do Programa WASH junto ao CNPq,Victor Pellegrini Mammana.

No processo de aprendizagem no WASH, estimula-se a cooperação, a troca de informações, o reconhecimento pelo esforço, bem como a valorização do respeito por si, pelo outro e pelo grupo social, com a participação ativa da família e da comunidade.

O evento também contou com a participação do co-fundador do Grupo Ciência em Show  e co-fundador do Grupo Nós Somos a Ciência, Wilson Namem. “Devemos ensinar a ciência de forma fácil, acessível e estimular e motivar o ensino dessa área. Com isso, as pessoas se sentem mais próximas dos assuntos discutidos e conseguem identificar como podem ser aplicados nos seus cotidianos”.

Os recursos do Programa WASH são oriundos de emendas parlamentares, da iniciativa do Poder Executivo por meio do Termo de Execução Descentralizada, bem como em outros arranjos disponíveis, dependendo da localidade e da legislação vigente, o investimento pode partir também na busca de emendas para a Lei Orçamentária Anual para 2021.

O ex-deputado federal Alex Canziani falou sobre o pioneirismo do Paraná na disseminação de STEAM (aplicativos de programação) nas escolas públicas. “Parabenizo a todos envolvidos nesta mobilização, parceria e expansão do Programa WASH no Estado: Fundação Araucária, institutos de pesquisa, municípios e  equipe do projeto WASH”.A deputada federal Luísa Canziani também abordou no evento, aspectos e a importância do papel de mandatos parlamentares na disseminação de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática nas escolas públicas do Paraná.

De 2013 a 2020 foram contabilizados os seguintes indicadores do Programa WASH: 659 eventos, 2362 participantes (incluindo bolsistas) e 229 bolsistas. As inovações desenvolvidas para o Programa em 2020 foram: uma nova versão da plataforma de gestão, novo site (www.wash.net.br), elaboração de uma websérie  “ciência e cultura, vamos brincar?”, realização de oficias remotas e assíncronas, vídeos oficinas  e estabelecimento de novas parcerias.

Relatos de experiência referentes ao Programa WASH implantados no Instituto Federal do Paraná – Campus Londrina, na Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico e no município de Prado Ferreira foram apresentados no evento. As seguintes autoridades também participaram da reunião: Luiz Márcio Spinosa – diretor de ciência, tecnologia e de inovação da Fundação Araucária, Gerson Koch - diretor de administração e finanças da Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos – gerente de projetos da Fundação Araucária e Vinicius Nagem - chefe de gabinete e assessor de relações institucionais e de inovação da Fundação Araucária.