Avanços científicos para o desenvolvimento regional, meio ambiente e de inovação na educação são temas do terceiro dia da Semana dos NAPIs 09/11/2023 - 19:33

Criada para promover o encontro entre diversos atores importantes para o avanço da ciência no Paraná, a II Semana Geral dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) que acontece na Universidade Estadual de Londrina (UEL) busca, além de contribuir para o diálogo entre pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, também apresentar à sociedade indicadores e resultados que contribuem para o desenvolvimento regional do estado.

O terceiro dia de apresentações envolveu pesquisadores dos NAPIs Sudoeste, Oeste, Norte, Solar, Hidrogênio, Águas, Emergência Climática, Educação do Futuro, Biodiversidade e Gestão e Difusão de CT&I.

NAPI Solar - Já é de conhecimento da sociedade, que a disponibilidade de energia é fator fundamental para promover o desenvolvimento socioeconômico regional e estadual, por outro lado, a busca de fontes de energia limpa é um compromisso dos países no atendimento dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Nesta perspectiva, segundo o articulador do NAPI Solar Roberto Cândido, a energia solar tem sido uma das melhores alternativas para suprimento energético sustentável e inúmeros pesquisadores tem se dedicado a aprofundar-se neste tema.

“A consolidação da rede de pesquisadores dedicados ao tema em todo o Paraná, por meio deste NAPI, permitirá a interação e integração de pesquisadores que estudam o tema energia solar, levando o Paraná a, em curto prazo, ser o protagonista nacional”, destacou o pesquisador da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Roberto Cândido.

O novo arranjo também pretende trabalhar para a criação de novos cursos de pós-graduação na área de engenharia, também na atualização dos existentes para pesquisas de ponta em energia fotovoltaica. “Também estamos trabalhando para a geração de novos negócios voltados a área da energia fotovoltaica com a geração de emprego e renda. Na criação de novas tecnologias, disseminação da cultura de geração de energia pelos consumidores paranaenses. Além da redução dos gastos familiares, com a geração de energia de negócio”, disse o professor.

Entre os principais projetos do NAPI está o “Metodologia de Auditoria em Sistemas Fotovoltaicos no âmbito do Programa RENOVA-PR”. Este projeto tem apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e busca promover a instalação de 90 mil usinas fotovoltaicas em propriedades rurais do Paraná até o ano de 2030, sendo que já estão em operação ou em fase de entrada em operação aproximadamente cinco mil unidades.  “Quando todo este parque de novas usinas entrar operação o impacto na matriz energética será gigantesco. No mês de outubro a energia solar no Brasil superou a Itaipu em potência instalada. Nesta perspectiva, é preciso conhecer o desempenho de cada uma das usinas instalada a partir do projeto RENOVA-PR, garantindo ao produtor o retorno do investimento e ao sistema, a garantida de disponibilidade energética”, ressalta Roberto Candido.

NAPI Hidrogênio – Em fase de implantação o novo arranjo está focado no amadurecimento de tecnologias paranaenses que estão em fase de desenvolvimento e que se diferem de tecnologias conhecidas comercialmente.

“Os produtos e tecnologia desenvolvida serão genuinamente paranaense. Também vamos contribuir com a formação de recursos humanos em uma área extremamente nova contexto trabalhado hoje para a descarbonização da economia, substituição de combustíveis fósseis e contribuindo para esta economia de baixo carbono e com o meio ambiente. Profissionais qualificados neste que é um dos principais combustíveis e que tem esta aposta toda no Paraná e no Brasil como combustível do futuro”, afirma o pesquisador da Universidade Federal do Paraná (UFPR)  Helton José Alves.

O professor salientou ainda que existem diversos projetos que farão parte do que chamou de “espinha dorsal” com as características paranaenses para as rotas tecnológicas mais promissoras do Paraná. “Principalmente a rota da biomassa onde nós vamos extrair hidrogênio de resíduos que são gerados pelas indústrias, agropecuária, dejetos animais, resíduos de estações de tratamento de esgoto. Tudo que tenha potencial para a geração de biogás nós vamos, a partir deste biogás, extrair o hidrogênio e purificá-lo para usar em diversos processos de várias formas. Seja para a geração de energia, para a produção de combustíveis sintéticos ou para outras formas de uso do hidrogênio”, explica.

Há uma diversidade de projetos que vão atuar diretamente no desenvolvimento de catalisadores, equipamentos de formas diferenciadas para armazenar o hidrogênio. Também projetos de extração de hidrogênio a partir da água, eletrólise da água, principalmente de águas residuárias.  

NAPI Norte - Polo Agrícola & Multilab - Visa o desenvolvimento do Ecossistema de Inovação da Região Norte do Estado tendo, inicialmente, como prioridade o agronegócio, a inteligência artificial e o movimento local de promoção de startups associado a estes temas. Conta com uma importante mobilização da sociedade civil organizada.

No planejamento do ecossistema foi levantada a caracterização de vocações e clusters, o mapeamento do ecossistema de inovação existente e mapa de atores para o desenvolvimento do plano de ação, projetos estruturantes e o plano estratégico do ecossistema.

“O NAPI é focado no agro como tecnologia e a interface com outras áreas e outros NAPIs com ações e projetos desenvolvidos na região de Londrina e no Norte Central. Queremos propor políticas públicas que favoreçam a pesquisa e a inovação em prol do desenvolvimento da sociedade”, observa  a articuladora do Napi Norte e assessora de relações institucionais da Fundação Araucária Cristianne Cordeiro.

O novo arranjo também desenvolve ações para o fomento de políticas de transferência de tecnologia, além de articular a criação de incentivo fiscal para empresas investirem em inovação. Em outra frente são trabalhadas ações para incentivar a produção de alto valor agregado em pequenas propriedades e estabelecer estratégias para a atração de empresas de base tecnológica.

NAPI Oeste– O NAPI Oeste foi desenvolvido em parceria com o Programa Oeste Desenvolvimento que aproxima as universidades com base nas demandas do setor produtivo. Entre as principais áreas de atuação estão a inovação e a conectividade. Os pesquisadores desenvolveram um aplicativo para a vistoria de áreas agrícolas. Também foi criado um portal de dados ambientais agropecuários para planejamento das secretarias municipais para a verificação das deficiências de fertilidade e de clima.

“Outra iniciativa foi o desenvolvimento de uma antena alternativa para cobrir sinais de internet no interior, quase 50% da região não tem cobertura de internet. Também foi realizado um mapeamento logístico das estradas do interior para planejamento das prefeituras”, contou o professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) Douglas André Roesler.

Segundo o pesquisador, o apoio e a participação da Fundação Araucária fortaleceram o entendimento da importância da inovação para o desenvolvimento da região. “O desenvolvimento passa pela inovação que é realizada pela atuação das universidades. O primeiro ganho para a região é a articulação entre as instituições, da convergência dos esforços para discutir, planejar e atuar no desenvolvimento da região oeste do Paraná”, afirma.

Ele ressaltou ainda a importância de eventos como a Semana Geral dos NAPIs para a aproximação com pesquisadores de importantes projetos já consolidados, para avançar para que o Paraná seja cada vez mais dinâmico e competitivo. “A iniciativa NAPI nos permite o engajamento de pessoas de diferentes instituições e áreas do conhecimento que podem contribuir com inovação para a geração atual e futura. Temos condições de avançar ainda mais para devolver para a sociedade paranaense desenvolvimento, transformação da Região Oeste do Paraná com inovação, tecnologia e a participação de ativos importantes que são as universidades junto com outras instituições, mostrando que o Paraná é competitivo porque investe em inovação e tecnologia”, enfatizou Roesler.

As parcerias com outros NAPIs e a abertura para a cooperação internacional incentivada pela Fundação Araucária também foram destacadas pelo pesquisador da Unioeste. “Consideramos muito importante este trabalho em rede e queremos ampliar a articulação e conexão com outros NAPIs como o Sudoeste e o Trinacional. Pretendemos também ampliar as ações de cooperação internacional iniciando pela Cátedra Araucária do Eixo de Capricórnio, criada pela Fundação Araucária, que tem convênio com universidade de diversas áreas do conhecimento e queremos trocar conhecimento e aprender com estes profissionais”, finaliza o professor.

NAPI Sudoeste de Pesquisa em Sustentabilidade e Qualidade de Vida –  Cada subprojeto desenvolvido no NAPI Sudoeste busca atender demandas em áreas estratégicas, colaborando para avanços econômicos e sociais do estado do Paraná: Desenvolvimento Sustentável; Agricultura & Agronegócios; Biotecnologia & Saúde; Energias Renováveis; Cidades Inteligentes, Sociedade, educação e economia.

“Na região Sudoeste a integração entre os municípios é uma forte característica e nós quisemos aproveitar isso para promover a integração, desta rede com as universidades e a comunidade”, ressaltou a professora Gisele Arruda da Unioeste.

O novo arranjo tem trabalhado na utilização de técnicas biotecnológicas e de bioprospecção de moléculas, sustentáveis, para mitigar impactos ambientais e melhorar a saúde da população. Também no desenvolvimento de produtos baseados em ativos/moléculas naturais para a nutrição e saúde animal/vegetal.

Em outras ações são estudadas e desenvolvidas técnicas e tecnologias voltadas à geração e gerenciamento de energia elétrica sustentável, em especial fotovoltaica, em nível de distribuição. Os pesquisadores pretendem ainda, viabilizar tecnologias para sistemas agrobioalimentares orgânicos, desde o sistema produtivo de grãos orgânicos até a cadeia de processamento dos alimentos, além de avaliar a qualidade das águas dos rios do Sudoeste do Paraná. Em outra frente os pesquisadores trabalham no reaproveitamento de pescados para extração de biomoléculas para uso na área de saúde.

“Temos vários resultados importantes de tudo que temos trabalhado no NAPI Sudoeste, como a patente com a molécula com potencial bioativo extraída de plantas que, futuramente, pode virar um produto comercializável na área da saúde. Ela tem potencial antimalárico e anticancerígeno. O projeto visa melhorar a produção desta planta para que seja extraído em maior efetividade”, comenta a pesquisadora.

Ela citou ainda que outra ação importante “são os resultados da análise das águas do Rio Marrecas, a partir de uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Francisco Beltrão no sentido de buscar recursos para melhorar a qualidade da água dos rios.”

Outra linha de grande potencial no novo arranjo do Sudoeste é a que analisa a extração de ácido hialurônico a partir das escamas de peixe. Um subproduto da indústria pesqueira que não teria uma utilização. “Incorporamos um valor agregado e, podendo extrair o ácido hialurônico desta forma barata, já que ele é muito caro no mercado, é viabilizado o potencial dele como medicamento para doenças nas articulações, por exemplo”, destaca Gisele Arruda. 

Segundo a pesquisadora a estratégia de formar o novo arranjo do Sudoeste, pela Fundação Araucária foi fundamental para integrar a rede de pesquisadores. “Porque temos grandes cabeças no Sudoeste que trabalhavam isoladamente e agora temos grandes cabeças trabalhando juntas. Quando trabalhamos juntos temos resultados mais positivos”, reforça.

NAPI Água - O NAPI Água tem como objetivo a proposição e validação de indicadores de vulnerabilidade de ecossistemas naturais ou de produção, além da criação de um banco de dados ambiental, social e econômico que abranja todo o estado do Paraná para que se possa quantificar a vulnerabilidade de uma dada região do estado e demonstrar suas principais fragilidades, apontar tendências ou indicar fenômenos de difícil detecção.

“A proposta é desenvolver indicadores de sustentabilidade a partir de dados já existentes na literatura para gerar índices que funcionem como uma ferramenta para os gestores. Queremos que este banco de dados seja acessível e interativo. Sua implementação deve ocorrer em uma base de dados público”, disse o pesquisador da Sandro Froehner da UFPR.

Ele afirmou ainda que a equipe busca investigar quais os principais indicadores que podem ser utilizados para avaliação, prevenção, mitigação e desenvolvimento de práticas de resiliência às mudanças climáticas. “Também queremos levantar qual a representatividade do estado do Paraná em relação aos indicadores encontrados”, explicou Froehner.

Entre as principais ações o grupo tem atuado em projetos de educação ambiental em termos de preservação da água, também estudos de reaproveitamento de resíduos sólidos da indústria de pescados com potencial bioativo e qualidade e consumo de água. Identificação de ambientes terrestres e aquáticos com maior vulnerabilidade climática e ambiental e identificação de localidades com maior ou menor índice de sustentabilidade.

Napi Emergência Climática - Uma preocupação mundial, o tema Mudança Climática também resultou na criação do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação Emergência Climática. As discussões em torno da situação colocam em evidência, cada vez mais, a necessária atenção que a sociedade e a ciência têm que dar aos problemas ligados às mudanças climáticas presentes e futuras. A situação é tão grave no mundo que se tornou emergencial.

No Paraná, a instabilidade climática tem intensificado ondas de calor, enchentes, deslizamentos de encostas, vendavais, granizos, com a região Oeste e Sudoeste tornando-se rota de tornados nos últimos anos. Somados os prejuízos causados à população, as alterações nas condições climáticas afetam a agricultura e comprometem a segurança alimentar e hídrica, bem como potencializam problemas de saúde pública.

“O NAPI visa não apenas o diagnóstico da situação das mudanças climáticas no estado, mas também entender como o Paraná contribui com as mudanças climáticas em geral e prognosticar condições futuras para o desenvolvimento de políticas públicas e ações de mitigação, de adaptação e de resiliência em face das mudanças climáticas presentes e futuras”, enfatiza a professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Dayani Bailly.

A pesquisadora destacou ainda a implantação de um Programa de Educação e Comunicação ambiental sobre Emergências Climáticas nas universidades paranaenses. Em outra ação está sendo feito um trabalho para entendimento da percepção geral da comunidade sobre as mudanças e riscos climáticos e a sua relação com os mesmos. Incentiva, por exemplo, as pessoas a realizarem passeios comunitários a pé, levando-as para as ruas para experimentar e discutir a qualidade do ambiente urbano em que vivem.

“Entre as principais entregas para a sociedade estão a construção de um sistema de alerta a desastres climáticos no Paraná para a utilização em instituições públicas. Também foi criada uma plataforma digital em rede servindo de instrumento para gestores públicos”, cita.

“Um dos maiores destaques da importância dos estudos do novo arranjo é a entrega de conhecimento científico para a população. Muitos pesquisadores têm sido procurados pela imprensa para explicar os fenômenos naturais que estão acometendo a população com sérias consequências”, demonstrou a pesquisadora da UEM.

NAPI Educação do Futuro – Em fase de implementação da proposta, o NAPI Educação do Futuro busca desenvolver pesquisas referentes à inovação utilizada na educação básica e no ensino superior. Uma das propostas é a construção de um portal de informações, chamado de Observatório da Educação Básica, com o objetivo de tornar acessível informações, diagnósticos e pesquisas referentes à educação.

“Ainda temos grandes desafios em relação às demandas da educação, como a educação digital em rede, a educação digital online, a inteligência artificial, a aprendizagem ao longo da vida e intergeracional pois, a rede, além de segura precisa ser acessível a todos para que possam desfrutar da melhor maneira o conhecimento”, disse a professora da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Maria Aparecida Crissi Knuppel sobre o impacto do NAPI na sociedade.

Entre os principais eixos de trabalho está a criação de um Observatório da Educação Básica Pública. Segundo a articuladora do Napi e coordenadora da Universidade Virtual do Paraná professora Maria Aparecida Crissi Knuppel será desenvolvido um portal da informação educacional.

“Nele estarão disponíveis dados relativos à educação básica no Paraná, adequado ao contexto do estado. Será constituído o repositório institucional sobre as produções e disponibilização dos diagnósticos, dos resultados da pesquisa científica e ações de extensão e formação realizada no âmbito do Napi”, enfatizou a pesquisadora.

Outro eixo importante do Napi trata das Competências Digitais dos professores da Educação Básica e Ensino Superior Público. Será realizada uma avaliação da proficiência digital dos professores trabalhando com 45 mil professores da Educação Básica pública e 5 mil do ensino superior público. Com a avaliação dos efeitos das ações de formação sobre o desenvolvimento das competências digitais, além da implementação de ações de capacitação para os professores.

O terceiro eixo de trabalho Educação Básica Pública e Desenvolvimento Regional Endógeno Sustentável. Será feito um mapeamento das políticas públicas não apenas as que nos afetam no Paraná, estaduais ou nacionais. “Faremos uma articulação em relação a cidades inteligentes que vai nos ajudar a entender a relação da educação básica pública e o desenvolvimento regional. E vamos fazer esta análise das políticas públicas com os indicadores coletados nos eixos anteriores, vamos também para as escolas para identificar quais ações estão impactando no desenvolvimento regional”, observou a professora Maria Aparecida.

NAPI Biodiversidade: Restore – O novo arranjo tem como objetivo avaliar o efeito da seca sobre plantas e micro-organismos da Mata Atlântica, de forma a desenvolver estratégias biotecnológicas para melhorar programas de restauração florestal em um cenário de mudanças climáticas.

Com a contribuição de 19 pesquisadores do Brasil e 11 pesquisadores do exterior, estão sendo realizados desde mapeamento de viveiros de produção de mudas florestais no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, até a identificação de padrões nas respostas de árvores e da microbiota do solo ao estresse por seca em 3 tipos florestais (Mata Atlântica paranaense, Floresta Mediterrânea francesa e Floresta Temperada alemã), linhagens de microrganismos capazes de aumentar o sucesso de programas de reflorestamento e cultivo de mudas em tubetes biodegradáveis.

"Uma das lições aprendidas foi a necessidade de aproximação com stakeholders, com os viveiristas, por exemplo, e com a sociedade em geral, para geração de impacto efetivo. É importante a pesquisa não ficar só em artigos, teses, dissertações, porque os resultados serão ainda maiores se existir a troca com os públicos interessados", comenta o articulador do NAPI, Halley Caixeta de Oliveira

NAPI Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia – O NAPI foi implementado em março de 2023 a partir do NAPI Biodiversidade: Restore e busca identificar componentes da biodiversidade natural do Paraná que possuem potencial para o desenvolvimento de bioinsumos e que possam ser aplicados à agricultura, à saúde e ao meio ambiente.

"Entendemos como recurso genético as bactérias, os fungos, as plantas e os animais, para que, com base no estudo, possamos desenhar estratégias que permitam a utilização dessas potencialidades biotecnológicas. É preciso conhecer e conservar para que se tenha noção do potencial de aplicação industrial e tecnológica dessa riqueza de recursos genéticos", destaca a professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Jesiane S. S. Batista. 

A partir disso, espera-se, por exemplo, a produção de mudas com maior eficiência e economia, diminuição do uso de pesticidas e de fertilizantes, novos tratamentos para doenças infecciosas, novas moléculas antitumorias (tratamento contra o câncer), recuperação de áreas degradadas com mudas de elevado potencial genético, dentre outros.

“Queremos, com as ações do NAPI, contribuir com o fortalecimento de sistemas de produção sustentáveis, uso racional de recursos naturais, valorização de ações de conservação e, chegando de maneira geral à sociedade, melhoria na qualidade de vida e valorização de políticas públicas”, defende o articulador do NAPI Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia, André Luiz Martinez de Oliveira.

NAPI Biodiversidade: Serviços ecossistêmicos – Também criado a partir do NAPI Biodiversidade: Restore, em abril deste ano, tem como prioridade executar ações para garantir a provisão de serviços ecossistêmicos para manutenção da qualidade de vida.

Entende-se por serviços ecossistêmicos as contribuições da Natureza para a sociedade, como a oferta de alimentos, água, recursos genéticos, regulação do clima, da degradação dos solos, polinização, entre outros.

As estratégias utilizadas para o alcance dos resultados podem ser observadas por meio de iniciativas de inovações tecnológicas aplicadas à conservação da biodiversidade, biomonitoramento da saúde ambiental, criação de um Observatório de Espécies Não-nativas e políticas públicas ambientais.

“Como produtos a serem entregues para a sociedade temos softwares para monitoramento e estudos de conservação da biodiversidade, informações para o desenvolvimento de políticas públicas, notas técnicas para agricultores, produtos cartográficos, capacitação de recursos humanos, entre outros”, ressalta a professora Claudia Costa Bonecker da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

NAPI Gestão e Difusão da CT&I – Instalado dentro da Fundação Araucária, o NAPI analisa indicadores de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) algo estratégico para o Governo do Estado. O novo arranjo tem como função estabelecer e auxiliar nas diretrizes de indicadores de CT&I para monitoramento e avaliação dos NAPIs e na implantação de uma rede de pesquisa para criação e desenvolvimento de medidas de divulgação e gestão da inovação no Paraná. Este NAPI é um ator central na rede de interrelações entre os demais, pois busca integrar e difundir seus resultados.

“Pretendemos levantar dados e avanços relativos aos NAPIs e fazer um mapeamento das demandas do ecossistema de CT&I relativas aos NAPIs. Com isso vamos identificar indicadores de acompanhamento destes NAPIs, práticas de gestão e difusão da inovação de interesse destes novos arranjos. Também a validação e concepção de propostas para a gestão e difusão destes NAPIs dentro do Estado. Com isso vamos auxiliar nas diretrizes de indicadores de CT&I”, ressalta a articuladora do NAPI Déborah Bernett.

Ela enfatiza ainda que os indicadores auxiliam muito na gestão, com condições melhores de identificar cenários, quantificar ou qualificar resultados e impactos. “Estabelecer um mapa estratégico de indicadores de CT&I como base para uma política de CT&I mais efetiva, com fatos reais do que está acontecendo e dos investimentos nesta área no estado.”

“Já temos indicadores importantes que trabalharemos como o da infraestrutura e dos investimentos públicos na ciência e tecnologia, a cooperação e a governança desse ativo do nosso estado, as ações sustentáveis baseada nos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 e a formação de recursos humanos”, completa a articuladora.

Espera-se em médio e longo prazos, com a execução dos trabalhos do NAPI Gestão de Difusão da Inovação, ter uma solução capaz de alavancar os resultados dos NAPIs já criados, melhor difusão da inovação dos NAPIs e o incremento da qualidade de gestão dos NAPIs, com a identificação de melhores práticas.

A Semana Geral dos NAPIs termina nesta sexta-feira (10) com as apresentações das 9h às 12h, que serão transmitidas pelo canal da Fundação Araucária no YouTube.

Mostra dos NAPIs – Durante a Paraná Faz Ciência 18 dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) estarão sendo apresentados nos estandes que fazem parte da programação da Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, das 8h às 18h no Centro de Ciências Biológicas - CCB.