Cientistas criam game que melhora capacidade cognitiva de idosos 09/09/2013 - 10:40

Um estudo divulgado na revista especializada Nature indica que um jogo de videogame criado por cientistas conseguiu melhor as capacidades cognitivas - em especial memória de curto período e a realização de tarefas simultâneas - em idosos. Segundo a pesquisa, os voluntários tinham capacidades melhores até de que jovens adultos, com 20 anos, que jogavam pela primeira vez o game.


Um estudo divulgado na própria Nature em 2010 mostrava que jogos criados por empresas com a promessa de melhor a capacidade cognitiva de seus clientes não cumpriam o prometido. Agora, contudo, os pesquisadores de universidade americana decidiram desenvolver um jogo eles mesmos e com o mesmo objetivo.

"Ficou claro que o comportamento multitarefa é onipresente no atual mundo tecnologicamente denso, e substanciais evidências se acumularam no que diz respeito às dificuldades em multitarefas e déficit de controle cognitivo por nossa população idosa", diz o artigo que descreve o estudo, assinado por pesquisadores da Universidade da Califórnia - San Francisco.​

Os cientistas escolheram um grupo de adultos entre 20 e 79 anos que usaram o game chamado NeuroRacer, criado pelos cientistas. O jogo de corrida é interrompido seguidamente por sinais na tela, aos quais o participante tinha que responder pelo controle. Em um primeiro momento, os pesquisadores notaram o que já era esperado, que conforme mais velho o participante, maior a dificuldade com o jogo.

Em uma segunda fase, participaram voluntários entre 60 e 85 anos. Eles foram divididos em três grupos: os que receberam a versão multitarefas do NeuroRacer, os que levaram para casa uma versão de tarefa única e os que não jogaram. Os dois primeiros foram orientados a jogar uma hora por dia, três vezes por semana, por quatro semanas.

Os resultados mostraram que os participantes do grupo com a versão multitarefa reduziram significativamente a dificuldade em realizar mais de uma ação ao mesmo tempo se comparados aos demais grupos. Eles se saíram melhor até do que jovens de 20 anos, que não tiveram contato com o game antes do estudo. Os benefícios, afirmam os pesquisadores, duraram por seis meses após os idosos terem parado de jogar e se estenderam à memória de curto prazo e à capacidade de atenção dos voluntários.

"Nós mostramos evidências de que um videogame desenvolvido especialmente para processos neurais debilitados em uma população pode ser usado para diagnosticar déficits, avaliar mecanismos neurais fundamentais e melhorar as habilidades cognitivas", dizem os cientistas.

Fonte: Terra

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