Colaboração Virtual de Pesquisa Austrália-Brasil – 5ª edição: Florestas 28/08/2024 - 17:54

A Colaboração Virtual de Pesquisa Austrália-Brasil é uma estratégia de networking que se baseia em relações existentes e crescentes e projetos comuns entre esses dois países, reunindo pesquisadores em eventos virtuais de matchmaking para promover sua colaboração. Esta estratégia visa promover e expandir a pesquisa conjunta sobre desafios globais para aumentar o ritmo da produção de conhecimento e seu impacto, aproveitando interesses, expertise e infraestrutura comuns e complementares. É administrada pelo Conselho Nacional Brasileiro de Agências Estaduais de Financiamento (CONFAP) e pelo Departamento de Educação do Governo Australiano (DoE), com apoio de instituições parceiras.

A edição de 2024 será sobre Florestas, refletindo os desafios e oportunidades urgentes enfrentados pelas sociedades australiana e brasileira na compreensão e preservação desses ecossistemas, especialmente sob os efeitos crescentes das mudanças climáticas e a necessidade de implementar transições econômicas em direção a uma maior sustentabilidade.

Os fluxos de pesquisa a serem apresentados são:

Biodiversidade – coleta e compartilhamento de dados para uso em pesquisa

Desmatamento – ameaças da atividade humana e estratégias para preservação

Comunidades florestais – meios de subsistência, cultura e sustentabilidade

Temas para a edição de 2024 sobre florestas

As florestas na Austrália e no Brasil têm imenso valor ambiental, social e econômico. Cobrindo 17% e 58% das áreas terrestres desses países, respectivamente, esses ecossistemas são cruciais para preservar a biodiversidade e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Milhões de pessoas vivem dentro e ao redor das florestas, incluindo centenas de comunidades tradicionais e dezenas de grandes centros urbanos, para os quais essas florestas desempenham funções econômicas vitais, incluindo pesca, extração sustentável, turismo e produção de energia. Apesar de sua importância, as florestas australianas e brasileiras estão em declínio como resultado de atividades econômicas insustentáveis. Crises de saúde, poluição da água, perda de biodiversidade e incêndios florestais são algumas das consequências sociais e ambientais que afetam esses ecossistemas e as comunidades que dependem deles para sua subsistência.

O evento Austrália-Brasil Virtual Research Collaboration incluirá três salas de discussão separadas cobrindo os seguintes fluxos de pesquisa:

1. Biodiversidade – coleta e compartilhamento de dados para uso em pesquisa. As florestas da Austrália e do Brasil são heterogêneas e se estendem por grandes distâncias com climas variados. Como tal, é louvável que ambos os países tenham avançado esforços significativos para coletar e fornecer acesso a dados e informações sobre sua biodiversidade nacional, facilitando pesquisas de ponta sobre como os organismos vivos interagem e dependem de seus ambientes. Alguns passos importantes nessa direção incluem o lançamento da plataforma de código aberto Atlas of Living Australia (ALA) pela Austrália em 2010, que também ajudou a habilitar o Sistema Brasileiro de Informações sobre Biodiversidade (SiBBr), cada parte do Global Biodiversity Information Facility. Ambos os países também aprovaram legislação que protege e regula o uso científico e econômico do patrimônio genético e, no caso brasileiro, o conhecimento tradicional associado à biodiversidade. Este fluxo explorará métodos, tecnologias, iniciativas e estruturas legais para coletar e compartilhar dados de biodiversidade de florestas e destacar oportunidades para colaboração internacional de pesquisa eticamente sólida.

2. Desmatamento – ameaças da atividade humana e estratégias para preservação. A extensão do desmatamento na Austrália e no Brasil é alarmante: estima-se que as florestas australianas hoje cubram menos de 50% de sua área pré-colonial, enquanto apenas 24% da Mata Atlântica do Brasil permanece intacta e vários estudos indicam que a Floresta Amazônica se aproxima de um ponto de inflexão ecológico. O desmatamento tem sido historicamente impulsionado pelo desenvolvimento urbano, mas agora é causado principalmente por atividades econômicas como pastoreio de gado, agricultura, extração de madeira e mineração. Apesar das diferenças em clima e contextos socioeconômicos, a Austrália e o Brasil podem se beneficiar de estratégias semelhantes para conter o desmatamento, que incluem o emprego de novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para fortalecer a proteção ambiental e incentivar alternativas econômicas viáveis ​​para o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Avanços tecnológicos em tecnologias de satélite, por exemplo, permitem o mapeamento abrangente de florestas e monitoramento em tempo real que reduz a necessidade de esforços manuais extensivos. Além disso, avanços na ciência agrícola podem aumentar a produtividade das terras agrícolas existentes, reduzindo os incentivos para a expansão das fronteiras agrícolas. Este fluxo se concentrará nas causas do desmatamento e nas estratégias tecnológicas, econômicas e sociais que podem ser empregadas para limitar esse fenômeno na Austrália e no Brasil.

3. Comunidades florestais – meios de subsistência, cultura e sustentabilidade. Das Primeiras Nações Australianas aos quilombolas afrodescendentes do Brasil, seringueiros e grupos indígenas, as comunidades que vivem e dependem de ecossistemas florestais saudáveis ​​variam muito em suas identidades socioculturais e modos de subsistência. Elas são semelhantes, no entanto, em sua maior vulnerabilidade à degradação florestal, em possuir conhecimento único de seu território local, flora e fauna, e em sua importância para a preservação de florestas. Por exemplo, enquanto 14% do Brasil é território indígena, essas terras foram responsáveis ​​por menos de 1% da perda total de vegetação no Brasil nos últimos 30 anos. Na região amazônica, as terras indígenas também demonstraram sequestrar mais carbono do que as áreas não indígenas da floresta. As instituições de pesquisa da Austrália e do Brasil têm reconhecido cada vez mais a importância do conhecimento tradicional das comunidades florestais e sua agência no desenvolvimento sustentável das economias florestais. Iniciativas como a Iniciativa Amazon+10 do CONFAP tornaram a participação ativa dessas comunidades um pré-requisito em propostas de financiamento de pesquisa, enquanto o CSIRO da Austrália lançou os Princípios de Propriedade Intelectual e Cultural Indígena para orientar pesquisas envolvendo Proprietários Tradicionais. Este fluxo explorará as contribuições dessas comunidades para a sustentabilidade florestal, os vários desafios sociais e econômicos que enfrentam para garantir seus meios de subsistência e como a pesquisa pode apoiar e fortalecer essas comunidades.

Formato do evento

O evento será realizado em duas sessões de noventa minutos em dias consecutivos.

A sessão 1 será realizada às 19h do dia 23 de outubro de 2024 (horário de Brasília) / 8h do dia 24 de outubro de 2024 (horário padrão do leste da Austrália). Haverá palestrantes principais de ambos os países, seguidos por uma sessão de painel para os participantes se envolverem nos tópicos discutidos.

A sessão 2 será realizada às 19h do dia 24 de outubro de 2024 (horário de Brasília) / 8h do dia 25 de outubro de 2024 (horário padrão do leste da Austrália). A segunda sessão verá os participantes se movendo para salas de descanso nos três fluxos de pesquisa para compartilhar informações sobre suas pesquisas atuais e se conectar com outros participantes.

Dez pesquisadores seniores de cada país serão selecionados para participar do evento. Cada pesquisador sênior pode nomear até dois pesquisadores em início ou meio de carreira para também participar.

Agenda (Download)

Sessão 1: palestrantes principais

Boas-vindas e comentários introdutórios do CONFAP e DoE – 10 min

Informações sobre solicitação de suporte financeiro para pesquisa – 15 min

Palestrantes principais: 02 especialistas apresentam o tema do evento para inspirar e promover a discussão – 40 min

Painel de discussão moderado com palestrantes principais – 20 min

Fechamento e informações sobre a sessão seguinte – 5 min

Sessão 2: salas de descanso

Boas-vindas e visão geral das salas de descanso – 5 min

Salas de descanso – sessão moderada sobre fluxos em destaque – 60 min:

Biodiversidade – coleta e compartilhamento de dados para uso em pesquisa

Desmatamento – ameaças da atividade humana e estratégias para preservação

Comunidades florestais – meios de subsistência, cultura e sustentabilidade

Apresentação das salas de descanso pelos moderadores – 20 min

Fechamento – 5 min

Como participar

Para australianos:

Pesquisadores individuais podem se nomear para participar preenchendo o formulário para australianos Candidatos.

Na inscrição, os pesquisadores serão solicitados a fornecer:

Biografia pessoal com informações sobre pesquisas anteriores relacionadas ao tema do evento

Áreas de interesse neste campo

Se você tem parcerias existentes com pesquisadores brasileiros no evento

Nomes de até dois pesquisadores em início ou meio de carreira que podem contribuir para o evento, caso sua inscrição seja aceita

Link para inscrição: https://qfreeaccountssjc1.az1.qualtrics.com/jfe/form/SV_5dxh6G1RropgfIO

Para brasileiros:

Pesquisadores individuais podem se nomear para participar preenchendo o formulário para candidatos brasileiros.

Na inscrição, os pesquisadores serão solicitados a fornecer:

Biografia pessoal com informações sobre pesquisas anteriores relacionadas ao tema do evento

Áreas de interesse neste campo

Se você tem parcerias existentes com pesquisadores australianos sobre o tema do evento

Nomes de até dois pesquisadores em início ou meio de carreira que podem contribuir para o evento, caso sua inscrição seja aceita

Link para inscrição: https://qfreeaccountssjc1.az1.qualtrics.com/jfe/form/SV_bwpSX7QMAcicGXQ

Com base nas informações fornecidas por esses indicados, a CONFAP e o DoE selecionarão os participantes e informarão todos os indicados sobre o resultado.

PRAZO PARA INSCRIÇÃO

As indicações de ambos os países serão aceitas até as 19h do dia 15 de setembro de 2024 (horário de Brasília) / 8h do dia 16 de setembro de 2024 (horário padrão do leste da Austrália).

Todos os selecionados para participar serão notificados pelos organizadores até 03 de outubro de 2024 (Brasil) / 04 de outubro de 2024 (Austrália).

Contatos

Para australianos: education.brasilia@dfat.gov.au

Para brasileiros: projetosconfap.dese@gmail.com