Estratégias para o Plano Nacional da Pós-graduação são discutidas na Fundação Araucária 19/09/2023 - 18:08
Representantes dos governos federal e estadual, das universidades, sociedade civil organizada e do setor produtivo se reuniram, nesta terça-feira (19) na Fundação Araucária, para discutir as áreas prioritárias de investimento para o novo Plano Nacional da Pós-Graduação (PNPG). O evento, conduzido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pela Fundação Araucária, levantou os principais temas relacionados à formação de mestres, doutores e pesquisadores em pós-doutorado, levando em consideração a combinação das vocações locais com as necessidades estratégicas estaduais de desenvolvimento para os próximos 10 anos.
Segundo a coordenadora geral do Portal de Periódicos da CAPES, Andrea Vieira, esta é a primeira vez que há a participação em nível estadual para a construção do Plano Nacional da Pós-graduação e todo este trabalho realizado nos estados estará disponível para consulta pública em outubro.
“Para esta versão 2024-2028 a CAPES resolveu estreitar o diálogo com as 27 Fundações de Amparo à Pesquisa e está, conjuntamente, construindo uma agenda de formação de pessoal, mestrado e doutorado. Olhando em nível estadual quais as potencialidades que este estado tem e o que é de interesse do estado para avançar e desenvolver cada vez mais”, explica a coordenadora.
O Brasil tem mais de cinco mil programas no Sistema Nacional da Pós-graduação e com o sistema consolidado, pretende-se, por exemplo, filtrar quais os cursos são prioritários para também ser desenvolvida a parte da indústria no estado. “Nós queremos avançar não apenas na área acadêmica, por isso neste evento temos representantes do setor produtivo também. Para termos uma visão mais global e alcançar as potencialidades de cada estado”, afirma.
A assessora técnica da Fundação Araucária, Débora Santana, explica que um dos papéis das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa é fazer a interlocução e mobilização dos atores locais. “Trata-se de uma iniciativa estratégica, uma vez que o Plano Nacional de Pós-graduação é uma peça fundamental para a atuação do Governo Federal, pois suas proposições devem se traduzir em políticas públicas efetivas que resultem em melhorias contínuas do Sistema Nacional de Pós-graduação, tanto em termos de sua oferta qualificada para formação de mestres e doutores, quanto em termos de sua contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico do País”, destaca Débora Santana.
O Novo Plano Nacional da Pós-graduação deve ser publicado em fevereiro de 2024 e estar pronto para ser implementado. “Queremos ter um plano mais próximo da realidade dos estados. Estas oficinas acontecem em um formato bem democrático que mostra que a CAPES sempre está disposta a ouvir a comunidade, que é uma instituição parceira”, comenta o analista de Ciência e Tecnologia da CAPES, Manoel Cardoso.
Entre os principais temas levantados como prioritários para o Paraná na oficina realizada nesta terça-feira (18) estão: saúde, biotecnologia, agricultura e agronegócio, cidades inteligentes, desenvolvimento sustentável regional e transformação digital. “Muitos dos temas discutidos aqui já são considerados prioridades no Estado do Paraná. Tudo isso vai direcionar muito o fomento de alto nível da pós-graduação, principalmente, vai direcionar adequadamente as nossas bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado”, ressalta o gerente de projetos a Fundação Araucária Nilceu Deitos.
Em outubro toda a documentação levantada pela comissão do Plano Nacional da Pós-Graduação da CAPES estará disponível para consulta pública para que toda a sociedade tenha acesso e também participe com suas sugestões.
“Importante pensar além das estratégias para a formação, como também formas de fixação destes doutores no Estado. Em momentos como hoje, pensamos ainda mais na nossa relação acadêmica com o setor produtivo e, por isso, temos discutido o setor acadêmico como produtivo-acadêmico pois queremos fazer uma integração dos dois”, observa o coordenador de Ensino Superior, Pesquisa e Extensão da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fabiano Gonçalves Costa.
Sobre o PNPG
O Plano Nacional de Pós-Graduação é um instrumento de planejamento de políticas públicas para o desenvolvimento do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). O processo de construção do novo PNPG iniciou-se com a Comissão Especial que vem se dedicando a fazer um amplo diagnóstico e à proposição de recomendações.
Em uma segunda etapa, a Capes analisa os subsídios dessa Comissão para construir o plano com seus componentes estratégicos (diretrizes, objetivos, metas, estratégias e indicadores de monitoramento) ao mesmo tempo em que dialoga com os estados para a construção da Agenda Nacional de Formação de Recursos Humanos de Alto Nível e prospecção de inovações na pós-graduação.
Por Ticiane Barbosa com colaboração de Nadine Sansana.