Forças da Defesa Nacional também precisam de CT&I para evoluir, dizem especialistas 03/07/2013 - 09:10

Para fechar o semestre das reuniões da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação (FPCTPI) foram convidados representantes das Forças Armadas do Brasil. O intuito foi discutir as dificuldades e os gargalos na legislação de CT&I do País nos comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica. O debate ocorreu no dia 18 de junho, na Câmara dos Deputados, em Brasília.



De acordo com o presidente da Frente, deputado Izalci Lucas (PSDB-DF), vários segmentos da sociedade já vieram nas discussões, mas faltava os representantes da defesa nacional. “Na Forças Armadas também existem muitos projetos de interesse nacional na área de CT&I. Eles também sofrem de dificuldades legais e orçamentárias”, observou. Izalci acrescentou que o compartilhamento de informações ajudará no aperfeiçoamento da legislação, contribuição para o desenvolvimento do País.



Para o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa, o vice-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, falta interação das instituições cientificas e tecnologias das forças armadas com a indústria, além de recursos financeiros e humanos em vários setores da defesa. “Isso prejudica nossos projetos. Por isso enfatizamos  a importância do domínio nacional de tecnologias nacionais”, disse.  O vice-almirante afirma que o assunto é de grande relevância para o Brasil. “Temos que apoiar, integrar e coordenar projetos de interesse da defesa. Buscar formas de articulação em outros órgãos governamentais e fomento para que esses projetos deslanchem”, relatou.



O chefe do Escritório de Projetos do Exército, general de Divisão Luiz Felipe Linhares Gomes, acredita que as forças armadas precisam de evolução, como tarefas simples do dia a dia. “Nós precisamos continuar nessa busca, para reverter o aspecto de um simples exportador de produtos básicos para exportador de tecnologia”.



Segundo o subsecretário de Ciência e Tecnologia do Comando da Marinha, o contra-almirante Paulo Roberto da Silva Xavier, é preciso fazer mais parcerias e mantê-las firmes para ampliar os projetos e fazê-los aumentar. “Não se faz CT&I sozinho. Precisamos trabalhar em conjunto com todos os setores envolvidos”, descreveu.



O vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial do Comando da Aeronáutica, o major-brigadeiro do ar Alvani Adão da Silva, acrescentou à fala de Xavier que é “preciso renovação, fortalecer pesquisadores nessas áreas. Há um déficit grande de recursos humanos e financeiros”.Ele acredita que é preciso um equilíbrio na participação de três setores – governo, indústria e investidores – para o crescimento das informações na área de CT&I. “Nós estamos no exército da era industrial e pretendemos chegar no exército da área do conhecimento. Estamos atrasados. Precisamos do mesmo exército com melhores tecnologias para assim vencermos uma guerra por meio de informação”.



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O deputado Sibá Machado (PT-AC), relator da comissão especial que discute o Código Nacional de CT&I, participou da reunião e aproveitou o momento para pedir ajuda aos participantes do debate. “A área de CT&I tem pouco investimento. É preciso que todos se mobilizem para pedir à presidenta Dilma um aporte dos recursos do pré-sal. Temos que insistir na ideia de um percentual. Vamos elaborar um texto com todos os subsídios dessas reuniões”, finalizou.

Fonte: Informe Abipti

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