Gestores discutem pesquisa e pós-graduação na Região Sul 11/09/2024 - 19:39

Pró-reitores de pesquisa e pós-graduação e gestores em geral de instituições da Região Sul estiveram reunidos durante os dias 03 e 04 na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), para a realização do Encontro do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Região Sul – FOPROP-Sul. No evento, aberto com a palestra da presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Denise Pires de Carvalho, os gestores discutiram sobre a importância da pós-graduação para o desenvolvimento nacional e os novos cenários e desafios para o aperfeiçoamento de políticas de ciência e tecnologia.

O gerente de Ciência e Tecnologia da Fundação Araucária (FA), Nilceu Jacob Deitos, representou a Instituição no evento e abordou questões referentes à “Política de incentivo à pesquisa e à pós-graduação no Paraná”. Apresentou ainda iniciativas norteadoras da Instituição da Araucária implantadas nos últimos anos, como: a plataforma iAraucária; o "Paraná 2040 – Rotas Estratégicas de Ciência, Tecnologia & Inovação" e os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs).

A FA também expôs no evento a previsão de lançamentos dos próximos editais e ações que serão executadas nos próximos meses: bolsa-técnico – lançamento entre setembro/outubro de 2024;pesquisa universal (básica e aplicada) – em fase de finalização da chamada pública – lançamento a partir de setembro de 2024; editoras e periódicos – em processo de contratação – fase final do edital dos periódicos; programas 3x3 – alinhamento com a CAPES e CCPG – lançamento do PI em novembro de 2024; produtividade em pesquisa – prorrogado o resultado para setembro, está em homologação com os CAAs; bolsas para mobilidade internacional – mestrado, doutorado e pós-doutorado:  assim que esse edital for aprovado, a elaboração da chamada será feita para submissão de propostas para 2025.

A fala da Araucária foi finalizada com a apresentação da prospecção das próximas iniciativas, como por exemplo, o programa rede sul de pesquisa (englobando as três Fundações de Amparo à Pesquisa da região Sul) e o fortalecimento dos cinco eixos temáticos do NAPI – Emergências Climáticas no Paraná.

Para o presidente do FOPROP e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Charles Morphy Dias dos Santos, o evento aponta para a necessidade do diálogo entre as instituições e a Capes, como a agência reguladora das pós-graduações no país. “O Fórum é a representação da pesquisa e pós-graduação no país. Mais de 270 instituições compõem esse coletivo. E o convite para estar aqui, prontamente aceito pela Capes, mostra o diálogo que temos conseguido resgatar com as agências federais, o que foi muito difícil pra gente entre 2019 e 2022. Além disso, realizar o evento aqui em Porto Alegre tem um simbolismo forte, que representa o nosso papel como comunidade na reconstrução pós-enchentes”.

Denise Pires de Carvalho, que foi reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembrou das dificuldades enfrentadas pelas universidades nos últimos anos. “Nós estivemos juntas na Andifes num período muito difícil, no qual não havia diálogo e havia desrespeito. Mas, vamos olhar pra frente, porque o Brasil precisa que olhemos para frente”.

A presidente da Capes também falou sobre a presença do órgão no Sul. “Eu precisava vir ao Sul para discutir os impactos e possibilidades de a Capes agir no sentido de mitigar os efeitos das enchentes no estado, e as diretorias finalísticas, à exceção da do Ensino Básico, estão todas aqui para fazer esse diálogo”, complementou.

Pesquisa e Pós-Graduação no Brasil

O Brasil está em 13º lugar na lista internacional da produção acadêmica, considerando o número de artigos científicos publicados. “O Brasil sofreu com pandemia e subfinanciamento, retrocedendo décadas nos últimos anos e, mesmo assim, se manteve neste lugar, mostrando uma grande resiliência dos seus pesquisadores”, afirmou Denise Pires de Carvalho em sua palestra de abertura.

A presidente da Capes detalhou informações sobre o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), que completará, em 2025, 60 anos. Aspectos como os números de programas de excelência, com notas 6 e 7, a importância do financiamento com bolsas e outros recursos e a colaboração nacional e internacional foram apontados como elementos de destaque.

“Estamos consolidando nosso Sistema, especialmente pelo avanço dos programas de excelência, em nível de internacionalização. É na pós-graduação que produzimos conhecimento de ponta, ou seja, o Brasil depende dos programas stricto sensu nesse quesito”, explicou.

Dados apresentados pela Capes dão conta ainda de que áreas como a de biotecnologia e a da saúde despontaram nos últimos anos. Para a presidente, “a pesquisa tem que ser vista como uma questão de soberania nacional, com produção de alta tecnologia. Caso contrário, todo nosso conhecimento pode sair do país como commoditie se não envolvermos ciência e tecnologia nacional”.

Entre as metas apontadas por Carvalho para a Capes estão: aumentar a quantidade de mestres e doutores no brasil, garantir a qualidade das pesquisas, aumentar a mobilidade acadêmica, reduzir as assimetrias, aumentar a internacionalização e promover a inclusão e a equidade na pós-graduação.

 

Fonte: Assessorias de Comunicação da Fundação Araucária e da UFCSPA.

GALERIA DE IMAGENS