Novos diretores da Fundação PTI reafirmam compromisso do Parque com o desenvolvimento do território 05/06/2017 - 12:30

O compromisso do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) na promoção do desenvolvimento territorial sustentável  foi reafirmado pelos novos diretores da Fundação PTI, na manhã do último dia 02, durante cerimônia de transmissão de cargos. O diretor científico da Fundação Araucária, Nilceu Jacob Deitos também participou da solenidade.

A Fundação PTI é a instituição responsável pela gestão do Parque Tecnológico e pela execução de um conjunto de projetos em educação e extensão; pesquisa e desenvolvimento; inovação, negócios e turismo sustentável. Ramiro Wahrhaftig substitui Juan Carlos Sotuyo, no cargo de diretor superintendente; e João Biral Junior substitui Valdir Antonio Ferreira, no cargo de diretor administrativo-financeiro. O diretor técnico, Claudio Issamy Osako, permanece no cargo. O termo de posse foi assinado no dia 17 de maio.

 Na ocasião, Sotuyo lembrou o contexto em que o Parque foi criado. “Iniciamos com 80 pessoas, hoje são mais de 7 mil, com atividades diariás no PTI. Empresários, estudantes, professores, pesquisadores: uma pequena cidade gerando conhecimento, inclusão, mobilidade social, negócios de base tecnológica e riqueza”, disse. “O Parque existe porque equipes da Itaipu apostaram no desafio. Tiveram a paciência e a inteligência de saber que formar pessoas não tem atalhos, que leva tempo de maturação. Existe porque desafiamos a lógica apontada pela literatura de parques, que afirmava que deveria ter um conjunto de condições para poder pensar em construir um parque tecnológico. Mas demonstramos que o Parque foi criando as condições, que por sua vez realimentam o próprio parque e seu entorno”, enfatizou Sotuyo.

 Sotuyo foi diretor superintendente da instituição por 14 anos. “O diretor geral da Itaipu não poderia ter feito melhor escolha que a do Ramiro Wahrhaftig, pelo amplo conhecimento contido na sua biografia e que sabe do esforço que é necessário para desenvolver ciência, tecnologia e inovação em nosso país”, afirmou Sotuyo.

 Ramiro é engenheiro civil e mestre em planejamento energético. Foi Secretário de Estado da Educação, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e ainda Secretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo do Paraná. “Tive a oportunidade, nestes 2 meses, de verificar nacionalmente e internacionalmente a importância que a Itaipu em relação aos objetivos de desenvolvimento sustentável. É um grande laboratório global, que se expande para a região”, pontuou. “Ao andar pelos corredores do PTI, me sinto privilegiado. Fico emocionado e entusiasmado em ter a oportunidade, com as condições que a Itaipu nos oferece, de trabalhar com tudo que sempre quis e acreditei. Vejo que o entusiamo pela educação, ciência e tecnologia, demonstrado em todos os lugares onde pude atuar, também poderá existir agora no PTI. Hoje, gostaria de reafirmar que o meu maior objetivo é colaborar, por meio da minha experiência, na consolidação dessa excepcional instituição, patrimônio do Paraná e do Brasil”, concluiu.

 O diretor administrativo-financeiro, João Biral Junior, destacou o potencial do Parque no cumprimento de sua missão com o desenvolvimento da Itaipu e do território. “A Itaipu, que tem como missão gerar energia limpa, elétrica e de qualidade, inovou ao incorporar a necessidade de produzir energia elétrica com responsabilidade social e ambiental. E com isso impulsiona o desenvolvimento sustentável, econômico, tecnológico e turístico do Brasil e do Paraguai. A Itaipu tem aqui no PTI o apoio necessário para o estudo, desenvolvimento e cumprimento destas ações”, disse. “Já pude observar o ambiente de trabalho leve que existe aqui. Com uma equipe técnica extremamente qualificada e comprometida com os projetos aqui desenvolvidos, a Fundação, em poucos anos de existência, já provou que está a altura dos desafios propostos por Itaipu”, avalia.

 

O presidente do Conselho Curador da Fundação PTI, Jorge Habib falou da importância da atuação conjunta dos atores para o fortalecimento do território. “Temos uma missão enorme que é atuar com todas as forças da região. Não adianta todos fazerem força se não estão sincronizados. E não adianta estar sincronizado se não sabemos para onde caminhar. Por isso é preciso ter foco. É o nosso grande desafio, enquanto país, fazer com que os potenciais individuais atuem de forma sincronizadas, orientados a um grande objetivo nacional. A proposta é começar pela nossa região”, disse Habib.

 

A cerimônia contou com a presença do diretor geral brasileiro da Itaipu Binacional, Luiz Fernando Vianna. “O PTI não deixará de ser esse vetor de desenvolvimento da região e continuará sendo um parceiro da população. Vamos dedicar linhas de pesquisa, de educação e desenvolvimento sustentável aos municípios da região”, afirmou. O vice-prefeito de Foz do Iguaçu, Nilton Bobato, também acompanhou a transmissão de cargos. “Fico feliz em saber que os compromissos com a cidade estão mantidos, pois Foz do Iguaçu não pode viver, hoje, sem os projetos que o PTI desenvolve”, considera.

 

O evento foi realizado no Cineteatro dos Barrageiros, no PTI, e reuniu cerca de 400 pessoas. Representantes de instituições públicas e privadas da região oeste do estado, empresários e lideranças locais prestigiaram a cerimônia.

 

PTI

Contribuir, de forma decisiva, para o desenvolvimento da região oeste do Paraná foi o grande motivador para a criação do Parque Tecnológico Itaipu, em 2003. O PTI está instalado nos antigos alojamentos dos operários que construíram a usina de Itaipu e, com um modelo de operação inovador, esses espaços deram lugar a instituições de ensino e pesquisa, salas de aula, laboratórios, incubadora de empresas, entidades governamentais, empresas da iniciativa privada e a sociedade em prol do desenvolvimento científico e tecnológico, da inovação, da formação de competências, da qualificação técnica e do fortalecimento de atividades produtivas do território. Todos os dias, passam pelo PTI cerca de 7 mil pessoas de mais de 40 nacionalidades.

 

 

 

Itaipu inaugura planta inédita de produção de biogás

A Itaipu Binacional inaugurou, no último dia 02, uma unidade de demonstração de biogás e biometano. A planta é a primeira do Brasil que utiliza como matéria-prima uma mistura de esgoto, restos orgânicos de restaurantes e poda de grama. O que é inovador, visto que normalmente a produção de biogás em território nacional é feita apenas com dejetos de animais. Por mês, a planta de biometano vai utilizar aproximadamente 10 toneladas de restos de comida e de resíduos orgânicos, além de 30 toneladas de poda de grama. O modelo passará por 20 meses de teste e poderá ser replicado em todo o País com grandes vantagens ambientais e econômicas. A estimativa de produção é de 4.000 m³ de biometano por mês, quantidade suficiente para atender uma frota de 80 veículos, considerando um consumo médio de 800 km por veículo ao mês. Atualmente, já são quase 70 veículos da frota de Itaipu abastecidos com biometano. Outro subproduto do processo é o biofertilizante que será aplicado em mais de 200 hectares de áreas verdes da empresa.

 

De acordo com o diretor presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), Rodrigo Regis de Almeida Galvão, o empreendimento deve quebrar paradigmas pelo seu alto grau de inovação: “O que no início era uma intuição se materializou. Hoje, o que estamos vendo naqueles balões é o gás gerado de grama, o gás gerado de resíduos de comida do Parque (Tecnológico Itaipu), o gás gerado do esgoto, e com isso purificando esse gás e fazendo os carros moverem com um combustível de confiança, com qualidade e que atende às exigências da Resolução Nacional de Petróleo e Gás Combustível. Estamos dando mais um passo trabalhando com sustentabilidade. Do mesmo jeito que a própria usina (de Itaipu) quebrou paradigmas no passado, essa usina menor também vai quebrar paradigmas, porque o que está construído tem e pode ser usado nas demais partes do Brasil e do mundo. Podemos utilizar isso nas prefeituras, no saneamento básico, no agronegócio… Onde tiver resíduos orgânicos a gente pode usar essa tecnologia com alto rendimento. Por meio de uma parceria com a Eletrobras, estamos trabalhando uma planta mista, com a geração de energia solar fotovoltaica e essa planta está sendo monitorada e controlada remotamente por um software. Não só a parte do biogás, mas também a parte solar, que juntos dá as condições para aumentarmos a eficiência dos nossos sistemas”.

 

Galvão também ressalta a tecnologia nacional utilizada durante todo o desenvolvimento da iniciativa, o que pode servir como exemplo para replicação em outros locais: “Quando começamos a desenvolver essa tecnologia, pensamos inicialmente em fazer a compra de equipamentos internacionais. O custo era elevadíssimo e não tínhamos recurso para isso. Voltamos para a nossa engenharia para fazer com o que temos. Aí com a nossa equipe comprometida conseguimos desenvolver essa tecnologia nacional, com o custo três vezes menor. Com toda a tecnologia nacional adaptada para a realidade brasileira, que agora tem condição de ser escalabilizada. Além da economia, que vai ser superior a 40% comparada à gasolina (o custo para Itaipu do combustível vai ser muito baixo), damos um exemplo para as cooperativas, que podem, por exemplo, usar biometano em suas frotas. Então começamos a mostrar para o meio rural, para as empresas de saneamento, para as prefeituras, que 'essa poda de árvore tem valor energético'. Isso não é lixo”.

 

A planta representa um passo importante da Itaipu na busca pelo desenvolvimento sustentável, tema que integra a missão da binacional, conforme lembrou o chefe da Assessoria de Energias Renováveis da usina, Paulo Afonso Schmidt: “Itaipu assumiu o compromisso, já há alguns anos, de produzir tecnologia e realmente conseguir dar ao biogás uma dimensão exequível dentro dos vários projetos em que está envolvida. Houve o desenvolvimento do CIBiogás como uma unidade técnica de referência, o Centro Internacional de Hidroinformática (CIH) e o próprio Parque Tecnológico Itaipu (PTI) que nos ajuda muito. Com isso, Itaipu dá um grande exemplo na redução da sua pegada ecológica, no seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, com a renovação dos recursos do planeta e, acima de tudo, quando olhamos a região que nós estamos inseridos, o oeste paranaense, que é uma região extremamente ativa em relação à produção proteína animal, nos permite imaginar que temos uma alternativa viável para que essa contaminação, que seria advinda do descarte de resíduos, possa ser transformada numa fonte de energia, e do ponto-de-vista do produtor rural, uma fonte de renda importante para o seu sustento e para o seu desenvolvimento”.

 

O suinocultor José Carlos Colombari, de São Miguel do Iguaçu, é prova viva das vantagens econômicas e ambientais proporcionadas pelo uso do biogás. A granja de Colombari conta com cinco mil suínos, produzindo cerca de 45 m³ por dia de efluentes líquidos, que são direcionados a dois biodigestores de lagoa coberta. O plantel atual possibilita a produção diária de 750 m³ de biogás. “Começou em 2005, 2006, a nossa preocupação em dar um destino correto ao dejeto produzido pela suinocultura, porque a suinocultura é uma gerada de passivo ambiental. Após a implantação do biodigestor, surgiram as oportunidades de transformar o biogás em energia elétrica, e o sub-produto, após o tratamento desse efluente, o biofertilizante, que utilizamos em áreas de pastagem. Então aquilo que era preocupação depois da implantação dos biodigestores, se tornou oportunidade de negócios, com a produção de energia para consumo próprio e vendemos, durante três anos, essa energia para a Copel. Então eu fui o primeiro produtor, em escala menor de produção de energia, a vender energia a uma companhia, neste caso a Copel. Hoje não vendemos mais energia elétrica. Produzimos apenas para o nosso consumo, mas mesmo assim transmitimos para a rede o nosso excedente, que fica para compensação quando o moto-gerador não está em funcionamento. Então, praticamente, a minha conta de energia se tornou zero hoje. O nosso custo de produção fica em torno de R$0,04 o kilowatt gerado. Uma economia significativa em torno de R$ 5 mil a R$ 8 mil mensais. Então, hoje temos uma escala na propriedade que o ciclo se fecha. Sai da agricultura, através da proteína vegetal, que a transformamos em proteína animal através da suinocultura e da pecuária de corte, e novamente retorna ao solo através do biofertilizante. Então, hoje o ciclo se fecha lá na propriedade”.

 

O custo total de implantação do projeto é de R$ 2,160 milhões – o que inclui gastos com pesquisa e desenvolvimento tecnológico por se tratar de um projeto inovador no país. O monitoramento desses resultados vai permitir a replicação em novos projetos com a tecnologia desenvolvida, que é adequada às condições específicas e necessidades do Brasil. Com a consolidação deste modelo de negócios, a replicação terá um custo mais baixo. Ao final do processo experimental, o custo mensal de operação da unidade será por volta de R$ 30 mil.

 

Fonte: Web Rádio Água e Assessoria de Comunicação do Parque Tecnológico Itaipu.

 

GALERIA DE IMAGENS