PUCPR conquista pelo 3º ano o prêmio da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 19/04/2012 - 10:10
A pesquisa é resultado da tese de mestrado do aluno Gabriel Ottoboni, com orientação de Brofman e co-orientação da pesquisadora Alexandra Senegaglia. A pesquisa pode ser a cura para todas as doenças isquêmicas, principalmente do coração e dos membros inferiores de pessoas que sofrem de diabetes e possuem problemas de circulação. O trabalho envolve a retirada das células mononucleares do sangue do cordão umbilical, das quais são separadas as células-tronco. Das células-tronco, são extraídas as células progenitoras endoteliais, que possuem capacidade para se transformar em vários tipos de tecidos. Segundo Brofman, o sangue do cordão umbilical possui 0,6% de células progenitoras endoteliais, enquanto na medula óssea a porcentagem é de apenas 0,05%, e no sangue, 0,01%. “Ainda assim, a quantidade de células progenitoras endoteliais que conseguimos extrair do sangue do cordão umbilical é pouca, por isso a necessidade de multiplicá-las”, explica.
Com a mistura de 13 indutores de multiplicação celular, os pesquisadores conseguiram multiplicar em 70 vezes as células progenitoras endoteliais, para então promover a sua diferenciação para células endoteliais, que são formadoras de vasos. Em apenas 24 horas, em laboratório, as células endoteliais deram origem aos vasos capilares.
Resultados
Os testes em ratos, que foram apresentados no Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular, mostraram resultados animadores. Os ratos foram infartados e receberam injeções de células no coração. Então, foram separados em três grupos: o controle, que não recebeu nenhuma célula, o grupo A, que recebeu as células que foram expandidas em laboratório, e o grupo B, que recebeu apenas as células purificadas, ou seja, que não foram expandidas. No grupo controle, em um mês, houve a piora da fração de ejeção do coração, de 25,99% para 20,46%, sendo que um coração de qualidade apresenta índice superior a 40%. No grupo B, houve melhora, de 20,75% para 27%. Já no grupo A, a melhora foi de 22,51% para 32,67%.
A próxima fase é o início dos testes em humanos. A pesquisa já foi submetida ao Comitê de Ética da Instituição e aguarda aprovação para iniciar a seleção de voluntários. O foco serão pacientes com isquemia nos membros inferiores, que não têm mais opção de tratamento.
Médico Paulo Brofman,
coordenador do Núcleo de
Tecnologia Celular da PUCPR