Paraná integra rede de pesquisa que permitirá identificar pessoas com maior risco de desenvolver doenças como o câncer 01/08/2024 - 14:59
O Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária, está investindo R$ 2,1 milhões em um estudo realizado por pesquisadores do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) Genômica que integra o Projeto Nacional Genomas SUS. O objetivo é, a partir do sequenciamento genético de uma parcela da população, identificar características que possibilitem apontar a tendência para futuras doenças como câncer, doenças neurológicas e cardiovasculares.
Integram o Projeto Genoma SUS, do Ministério da Saúde, oito centros de pesquisa em seis estados, sendo dois do Paraná: em Guarapuava onde o recurso estadual está sendo investido, com atividades desenvolvidas na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em parceria com o Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), e em Curitiba, no Instituto Carlos Chagas (ICC) vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O Paraná foi escolhido para integrar à rede nacional por já desenvolver um trabalho voltado à medicina de precisão, desde 2023 em Guarapuava, por meio do Projeto Genomas Paraná. A iniciativa, que já teve o investimento de R$ 3,3 milhões por parte do Governo do Estado, reúne pesquisadores das universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro) e de Ponta Grossa (UEPG), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Instituto para Pesquisa do Câncer (Ipec), e do NAPI Genômica.
“O apoio da Fundação Araucária foi fundamental porque tínhamos toda a base montada deste grande programa que é o Genomas Paraná, que nos permitiu ser inseridos na rede Genomas SUS. Importante enfatizar que entre todos os centros o nosso era o que estava mais adiantado do ponto de vista de coleta de amostras e entrevistas”, ressalta o coordenador do centro de pesquisa em Guarapuava e professor da Unicentro, David Livingstone.
Segundo o pesquisador, fazer parte da rede nacional tem permitido grandes avanços nos estudos como a padronização de procedimentos, capacitação e o aporte de mais recursos. “O sequenciamento destas amostras é muito caro. Cada sequenciamento gira em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Fora o investimento em bolsas do Ministério da Saúde somados aos pagos pela Fundação Araucária, e investimento na estruturação para desenvolvimento da pesquisa”, destaca David Livingstone.
O Projeto Genoma SUS, pretende desenvolver um banco de dados a partir do genoma sequenciado de 21 mil brasileiros, neste primeiro ano, sendo que 10% destas amostras serão em Guarapuava, no Paraná vinculado ao NAPI Genômica, e a proposta é em três anos realizar a análise de cerca de 80 mil amostras.
Os demais locais de pesquisa estão instalados no Pará (em Belém, na Universidade Federal do Pará), Pernambuco (em Recife, na Fundação Oswaldo Cruz/Instituto Aggeu Magalhães), Rio de Janeiro (na Universidade Federal do Rio de Janeiro); Minas Gerais (em Belo Horizonte na Universidade Federal de Minas Gerais); e no estado de São Paulo (em Ribeirão Preto e na capital, em ambas as cidades nos câmpus da USP).
Os centros de pesquisa são responsáveis por fazer a coleta das amostras, sequenciamento do genoma completo, análise dos dados e organizar a biblioteca com as informações.
Os pesquisadores esperam identificar variantes associadas com fenótipos de relevância clínica e transferir os dados gerados para contribuir com o banco de dados genômicos da população brasileira, a ser criado pelo Programa Genomas Brasil do Ministério da Saúde. Essas informações guiarão a implementação da saúde baseada em genômica (saúde de precisão) no SUS.
“Desta forma os dados genômicos gerados no projeto permitirão identificar pessoas com maior ou menor risco para desenvolverem doenças, auxiliar na definição das melhores opções de tratamento e identificar possibilidades terapêuticas, baseadas na constituição genômica da população brasileira”, completa o coordenador de centro paranaense que integra o Genoma SUS.