Pesquisas estudam soluções para promoção de impacto socioambiental positivo na Mata Atlântica 05/03/2025 - 15:00
Duas propostas selecionadas dentro da Chamada Grande Reserva Mata Atlântica – Paraná, receberão o investimento de R$ 500 mil da Fundação Araucária para o estudo de soluções para o fortalecimento das cadeias da sociobiodiversidade no Estado do Paraná, promovendo impacto socioambiental positivo na Mata Atlântica e ecossistemas associados.
Um deles é o projeto “Jardim de Chuva Inteligente: Tecnologia e Educação”, coordenado pelo professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR-Paranaguá) em parceria com a Associação MarBrasil Leandro Ângelo Pereira, que tem como principal objetivo fortalecer a resiliência climática e promover soluções sustentáveis adaptadas às realidades regionais por meio da inovação, tecnologia e educação. “Para termos um modelo de infraestrutura verde, construído a partir do conceito de Serviços Ecossistêmicos, que contribui para a gestão das águas pluviais, reduzindo alagamentos e permitindo uma melhor infiltração da água no solo”, explica o pesquisador.
“Esse espaço também funcionará como um laboratório vivo, onde estudantes, pesquisadores e a comunidade poderão experimentar e aprimorar soluções baseadas na natureza para os desafios ambientais da região”, completa Leandro.
O jardim contará com o desenvolvimento de tecnologia de monitoramento ambiental, incluindo sensores de chuva, temperatura e umidade do solo, além de sistemas para acionamento automático de equipamentos. Essa tecnologia não apenas tornará o Jardim de Chuva mais eficiente e inovador, como também servirá como uma ferramenta pedagógica essencial para a formação e capacitação dos estudantes envolvidos, enriquecendo a educação e proporcionando experiência prática em ciência, tecnologia e meio ambiente.
O projeto é desenvolvido no litoral do Paraná, com ênfase em municípios como Paranaguá, Antonina, Guaraqueçaba, Matinhos e Pontal do Paraná. Essas regiões enfrentam desafios ambientais complexos, como o avanço da urbanização sobre áreas sensíveis, o impacto de atividades portuárias e industriais, e as consequências das mudanças climáticas, como eventos climáticos extremos, exemplificado pelas ondas de calor desses últimos dias.
O professor Leandro Ângelo Pereira destaca que o projeto contribuirá para a redução de alagamentos pois será possível controlar melhor o escoamento da água da chuva por meio de tecnologias de monitoramento, como sensores de chuva, temperatura e umidade do solo, além de sistemas de acionamento automático de equipamentos.
“Soluções inspiradas na natureza aliadas à tecnologia podem ser aplicadas para diversos problemas ambientais, como o uso de jardins de chuva para mitigar alagamentos urbanos, o monitoramento inteligente de áreas de risco para deslizamentos, ou a utilização de espécies nativas para restaurar ecossistemas degradados. Estamos trabalhando para que as soluções desenvolvidas aqui possam ser replicadas em outras partes do estado”, enfatiza.
O outro projeto que será realizado com recursos da Fundação Araucária nesta chamada é o Rota Caminho dos Ambrósios. O objetivo é elaborar uma rota turística em um trecho do antigo e histórico Caminho dos Ambrósios – primeira ligação entre o Litoral de Santa Catarina e Curitiba –, nos municípios de São José dos Pinhais e Tijucas do Sul.
Parcerias da iniciativa – Os projetos contemplados na Chamada Grande Reserva Mata Atlântica – Paraná da Fundação Araucária, foram selecionados dentro da última edição da Chamada da Teia de Soluções, iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Fundação Araucária (FA), com o apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
No total oito soluções inovadoras voltadas à adaptação climática, ao turismo de natureza e ao fortalecimento de comunidades tradicionais receberão até R$ 2,9 milhões para serem executadas em ao menos um dos 18 municípios paranaenses da Grande Reserva Mata Atlântica, maior remanescente contínuo do bioma no país. Todos os projetos terão entre 12 e 24 meses para execução.