Apaixonado pelo que faz, durante sete anos, o professor aposentado da Universidade Estadual de Londrina (UEL) José Aloysio Bzuneck, desenvolveu diversos trabalhos de pesquisa sem nenhum recurso financeiro. Hoje, aos 77 anos, tem um incentivo a mais para continuar produzindo conhecimento. É bolsista sênior da Fundação Araucária.

Especialista em Psicologia Escolar, o professor atua na linha de motivação voltada tanto para o docente quanto ao aluno. “O apoio dado pela fundação é muito importante porque não se faz pesquisa sem recursos. Por muitos anos produzi por boa vontade mesmo, mas são muitos os gastos com deslocamentos, livros e materiais para a pesquisa. A linha de pesquisa em que atuo ainda é pouco investigada no Brasil, mas tem uma grande importância já que contribui para melhorar o rendimento e a aprendizagem dos estudantes e com isso, melhora todo o contexto social do estado”, afirma.

O Programa de Bolsas Sênior busca valorizar a produção científica e/ou tecnológica do pesquisador aposentado que tenha se destacado entre seus pares como líder na área de atuação. A filosofia de trabalho da Fundação Araucária, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), está voltada para o estímulo à capacitação científica e ampliação do capital intelectual, considerados principais vetores do desenvolvimento econômico e da elevação da qualidade de vida da população.

A maior parte dos recursos da fundação, mais de 60%, é aplicada na linha de Verticalização do Ensino Superior e Formação de Pesquisadores, caracterizando o empenho da entidade, do Governo Estadual e da SETI, em melhorar a qualificação dos recursos humanos presentes e futuros, no ensino superior e pesquisa científica no Estado do Paraná. Somente no último ano, a instituição concedeu cerca de 4400 bolsas de pesquisas em nove modalidades, em suas diferentes linhas de trabalho.

Luis Eduardo Rizzo é bolsista do Programa de Pós-Doutorado em Empresas, um dos mais novos projetos da Fundação Araucária. Iniciativas como estas beneficiam não somente o pesquisador e a empresa, mas direta ou indiretamente toda a comunidade. Já que o projeto não fica só no meio acadêmico, mas também é transformado em produto ou serviço para a sociedade.

A produção de anticorpos para uso em pesquisa em saúde humana e animal é o objetivo do projeto do biólogo. O estudo é desenvolvido dentro de uma empresa encubada na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Luis Rizzo destaca que, no Brasil, gasta-se muito com a importação de anticorpos.  “Um dos principais benefícios desta pesquisa é termos uma certa independência tecnológica. Este apoio financeiro que recebo, da Fundação Araucária, possibilita que eu me dedique totalmente ao projeto. Outra vantagem é estar inserido em um mercado que sai da academia, com foco na indústria”, ressalta o bolsista do Programa de Pós-Doutorado em Empresas.

O presidente da Fundação Araucária, Paulo Brofman, enfatizou a importância do financiamento de bolsas. “É preciso investir cada vez mais na formação de recursos humanos, porque acreditamos que é assim que se desenvolve ciência e é por isso que o programa de bolsas é nossa principal linha de trabalho”, disse.

Na Linha de Produção Científica e Tecnológica, um dos programas de bolsas é o de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde – PPSUS. Considerando que os fungos estão entre os cinco parasitas responsáveis pelas principais causas de morte de origem microbiana no mundo, os recursos da fundação, têm contribuído muito para um estudo com extrato de flores para atividade antifúngica, desenvolvido na Universidade Estadual de Maringá pela farmacêutica Vanessa Munhoz.

“Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de contribuir para a produção de medicamentos para tratamento de doenças causadas por fungos. Sem o apoio dado pela Fundação Araucária a pesquisa ficaria inviável para mim, já que eu teria que ter um trabalho paralelo para conseguir me manter”.