Projetos do Napi Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia terão mais de R$ 2,5 milhões em investimentos 28/03/2023 - 18:26

O Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária e Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), lançou nesta terça-feira (28) em Londrina, o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Biodiversidade: Recursos Genéticos e Biotecnologia. Cerca de cinquenta pesquisadores integram o novo arranjo que terá um investimento de cerca de R$ 2,5 milhões. 

Este Napi busca o fortalecimento da agricultura sustentável, o desenvolvimento de tecnologias voltadas à recuperação e manutenção da biodiversidade nativa do Estado do Paraná, também o desenvolvimento da bioeconomia e economia circular no Paraná e a redução dos impactos das mudanças climáticas sobre as cadeias agropecuárias.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, definiu a iniciativa como um trabalho organizado em rede para unir parceiros e otimizar recursos. “Queremos agrupar os melhores talentos, suprir com os recursos necessários rumo à construção de uma sociedade do conhecimento”, afirmou o secretário. 

Segundo o articulador do Napi e professor do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia da UEL, Andre Luiz Martinez de Oliveira, as ações desenvolvidas consideram os objetivos da Agenda 21 da ONU. Ele define a iniciativa como uma rede multidisciplinar para compreender a biodiversidade e apresentar soluções à sociedade. “O que temos como premissa é conhecer esta biodiversidade, saber qual o potencial de aplicação desta biodiversidade e fazer uso racional dela”, ressaltou.

O Napi Biodiversidade Recursos Genéticos e Biotecnologia deverá se basear em cinco metas – desenvolvimento de produtos biotecnológicos para agricultura e meio ambiente; produção biotecnológica para saúde, agricultura e meio ambiente; aplicação de nanotecnologia na produção de mudas para restauração ecológica; avaliação do estoque da biodiversidade e interação com a sociedade. 

Para o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, os novos arranjos ativam os chamados ecossistemas de inovação, mobilizando os ativos tecnológicos do Paraná e envolvendo as universidades públicas e privadas. “Vivemos um momento pró ciência e tecnologia no Paraná com os últimos anúncios do Governo do Estado com a recomposição do Fundo Paraná fortalecendo os investimentos neste setor e este Napi que lançamos hoje se insere neste contexto”, disse. 

A reitora da UEL, professora Marta Favaro, destacou que os esforços desenvolvidos pelos pesquisadores paranaenses, juntamente com os da França e Alemanha trarão um impacto positivo à sociedade a partir da produção de conhecimento. “Precisamos estender nossos braços e gerar ciência e tecnologia, criando novas possibilidades e mudando vidas. Essa é a nossa colaboração para fazer a diferença na sociedade”, resumiu. 

Histórico - O NAPI Biodiversidade será subdividido em duas grandes áreas: Recursos Genéticos e Biotecnologia e Serviços Ecossistêmicos, sendo que esta segunda deverá ser lançada oficialmente no próximo dia 25 de abril, na Universidade Estadual de Maringá (UEM). 

O Napi Biodiversidade conta com a parceria de doze universidades e Institutos de Pesquisa do Brasil, França e Alemanha e foi criado a partir do projeto  RESTORE (natuRe-basEd SoluTions for imprOving REforestation), desenvolvido no Departamento de Biologia Animal e Vegetal do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual do Paraná (UEL). 

Há cerca de dois anos o projeto foi contemplado na chamada internacional Confap-BiodivErsA: 2019-2020, que envolveu Brasil, França e Alemanha. A Confap é o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa. Já a BiodivERsA é uma rede de organismos internacionais que envolve 24 países europeus e demais parceiros, incluindo o Brasil. Por meio do RESTORE são desenvolvidos estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas, especialmente, a seca na microbiota do solo e nas plantas. Outro foco é o uso da biodiversidade para amenizar os efeitos da mudança climática. 

Segundo o coordenador do projeto, professor Halley Caixeta de Oliveira, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal da UEL, a proposta do Arranjo de Pesquisa Biodiversidade é entender os fenômenos que envolvem a seca e desenvolver estratégias de nanotecnologia que atenuem esses impactos. No Brasil os estudos envolvem a Mata Atlântica. 

“Também queremos desenvolver estratégias de base biotecnológica para programas de restauração florestal, principalmente através da obtenção de mudas mais tolerantes à seca”, destacou.

Workshop - Além da apresentação do NAPI Biodiversidade, estudantes, professores e pesquisadores participaram nesta terça-feira da abertura do Workshop que apresenta os resultados do projeto RESTORE. O encontro prossegue até quinta-feira (30), no Anfiteatro Cyro Grossi - localizado no Centro de Ciências Biológicas da UEL.