Startup internacional voltada a produtos biotecnológicos se instala no Biopark
29/04/2020 - 15:00

A Portunus, nova startup instalada no Biopark, leva para a Região Oeste do Paraná iniciativas de pesquisa voltadas à biotecnologia. Atuando a partir do conceito de “One Health”, que interpreta a saúde de forma circular, a empresa trabalha em projetos que vão desde a substituição de agrotóxicos por produtos biotecnológicos até farmacogenética e medicina personalizada. 

A startup foi criada em 2017 pela brasileira Isis Eich, pesquisadora e professora de Biotecnologia em instituições de ensino internacionais e membro do ‘Programa de formação em Lideranças Globais em Biotecnologia do MIT’; Eduardo  Longoria, dos Estados unidos, pesquisador da área de biomateriais na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestrando da mesma instituição; e Fabian Hernandez, colombiano, pesquisador de biomedicina, estudante de mestrado em Farmácia e Bioinformática, atua em projetos de pesquisa em farmacogenômica, RNA-seq e biologia de sistemas.

“Nosso conceito é o de que a saúde é circular. A saúde coletiva afeta a individual. Queremos fornecer uma alternativa para os agrotóxicos, contribuindo para uma agricultura que não traga prejuízos nem ao produtor, nem ao consumidor, nem ao meio ambiente. Nosso produto é biotecnológico, mas também é completamente verde em todo o processo. Desenvolvemos biotecnologia agrícola, mas ao substituir pesticidas químicos nosso produto também promove a saúde coletiva e assim fechamos o círculo com enfoque da saúde individual e medicina personalizada”, explica Isis Eich. 

Com atuação internacional e escritórios no Texas, em Bogotá e Curitiba, a Portunus implantará em Toledo uma usina piloto para produção do Chitoguard, um produto biotecnológico voltado à agricultura, completamente verde e ambientalmente seguro. “No Biopark vamos focar em produtos para o agro. Na usina piloto esperamos ter cerca de 108 reatores, a instalação vai avançar conforme a área industrial do Parque for sendo implantada”, completa a pesquisadora.

Produzido a partir da casca do camarão, o Chitoguard trará soluções para a cultura do café.  “O composto que pode substituir os fungicidas químicos é obtido a partir do processamento de resíduos da casca do camarão em um biorreator. Através de um consórcio de bactérias acontece um processo enzimático que remove a quitina da casca do camarão e a transforma em quitosana”, ressalta Isis. “O uso do Chitoguard beneficia especialmente a produção de café gourmets onde o processo de rastreabilidade não permite o uso de fungicida químico”, acrescenta a Pesquisadora.

Para a Portunus, o Biopark representa um polo de inovação em sintonia com seus objetivos. Segundo a pesquisadora, a localização do Parque também é um fator importante. “A localização estratégica do Biopark próxima à tríplice fronteira, em uma região que já é um polo agrícola - que tende a adotar uma agricultura de precisão cada vez mais tecnológica, foi um também um fator decisório”, diz. Outro motivo que envolveu a escolha pelo Biopark é a possibilidade de um espaço colaborativo. “Desde o início o nosso trabalho é colaborativo, descentralizado, muito dinâmico e de acordo com os processos de inovação hoje no mundo, sempre temos uma visão de rede no desenvolvimento da inovação e o Biopark pode ser um ator muito forte para nos ajudar nisso”, complementa Isis.

Outros projetos
A Portunus também atua em frentes de pesquisa na área de medicina personalizada. Um exemplo é o projeto Cores do Brasil que visa o sequenciamento genético de ancestralidade da população brasileira. É um projeto que pretende trazer a discussão sobre a segurança e privacidade da informação genética de cada indivíduo. Entre outros projetos que a startup vem desenvolvendo está a modificação de células tronco, terapia de tratamento de câncer, entre outros. 

 
Fonte: Biopark