ForGrad Sul 2016 discute desafios do ensino superior 01/08/2016 - 12:40

A oportunidade de troca de experiências entre gestores educacionais e de discussão dos desafios do ensino superior foi destacada na abertura do Fórum Brasileiros de Pró-Reitores de Graduação – Região Sul – Forgrad Sul 2016, na última quinta-feira (28), no auditório do PDE, no Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O evento reúne pró-reitores dos três estados da região Sul e de outras regiões do país, com o tema ‘Formação de Professores para a Educação Básica’. “É um momento de reflexão sobre a educação no país”, diz o pró-reitor de Graduação da UEPG, Miguel Archanjo de Freitas Júnior, presidente do ForGrad Sul. Também participaram da abertura do evento, o diretor científico Nilceu Jacob Deitos e o diretor administrativo e financeiro José Carlos Gehr, ambos da Fundação Araucária. 

Na organização geral do ForGrad Sul 2016, o pró-reitor da UEPG destaca o desafio da realização de um evento desse porte, com representantes do ensino superior brasileiro e nomes destacados da educação, abrindo espaços para discussões que permitam o fortalecimento das ações das pró-reitorias de graduação, além de contribuir para a formulação e implementação de políticas que visem o desenvolvimento do país, de forma articulada com órgãos de governo e a sociedade. “Temos a meta de vencer desafios e propor caminhos que conduzam o ensino a patamares de qualidade, lutando contra retrocessos e fortalecendo os rumos na condução do progresso, do bom debate e da transformação da agenda nacional numa agenda positiva para o ensino superior brasileiro”. 

O presidente do ForGrad Nacional, Lucidio Rocha Santos, pró-reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), classifica o fórum como espaço de troca de experiências. Para ele, quando assume um cargo o docente não tem a dimensão das suas atribuições, porque quando o faz, tem a intenção da prestação de serviço. “Não somos gestores é a melhor forma de adquirir o conhecimento e a experiência necessários é através da discussão com nossos colegas de outras instituições”, disse, observando que o ForGrad é mais um momento de aprendizagem, que vai mudar a forma de gestão das instituições de ensino superior. No seu pronunciamento, Lucidio Rocha Santos destacou a defesa do princípio basilar do ForGrad, de congregar as instituições de ensino superior brasileiras em torno de um movimento que promova a melhoria da qualidade da graduação. “Tal princípio será qualificado pela lógica do respeito à autonomia universitária, a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão e, ainda, do respeito à diversidade da natureza jurídica/administrativa das IES”.

Segundo o dirigente do ForGrad, vislumbra-se um momento de incerteza no cenário nacional, sobretudo por conta da instabilidade na governabilidade do atual governo federal, da escassez de recursos financeiros e obscuridade do planejamento no âmbito da educação. “Entendemos que o atual quadro prescinde vigilância para que as conquistas já obtidas não sejam interrompidas por limitações de cunho econômico quando os resultados de tais ações demonstram suas eficácias”. O secretário João Carlos Gomes, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, também observou a importância da formação dos fóruns de discussão, tais como o ForProex, na área da extensão; e o ForProp, na pesquisa; e o ForGrad. “Eventos dessa natureza proporcionam a realização de debates, troca de experiências e encaminhamentos dos desafios dessas áreas às instâncias de decisão das políticas do ensino superior. “É comum quando um colega alçado a um cargo, com formação acadêmica não relacionada aquela área, encontrar dificuldades iniciais. Essa troca de experiências permite que todos continuemos crescendo”. 

Especificamente sobre a graduação, falou sobre a representatividade da área de ensino no âmbito institucional, frisando que ela é tão importante quando a extensão e a pesquisa. “A graduação é aquela que envolve o maior número de pessoas, entre professores, alunos e técnicos e por isso tem uma gestão mais complexa”, disse, reiterando que neste momento a participação de todos é ainda mais importante. “Vivemos um momento de mudanças e aplicação de novas políticas educacionais, no qual se faz fundamental o diálogo e a aproximação das instituições e órgãos governamentais”. Na palestra de abertura do fórum, o professor Luiz Mello de Almeida Neto, da Universidade Federal de Goiás (UFG), fez uma abordagem sobre “As atuais legislações e os desafios para a formação inicial de professores para a Educação Básica”. 

Enumerou uma série de fatores que colocam as licenciaturas em crise, tal como a baixa atividade da carreira, tempo e carga horária dos cursos; perfil dos estudantes das licenciaturas; projeto formativo; formação disciplinar; a persistência do modelo 3 + 1; e a formação teórica em confronto com a formação profissional. Discorreu ainda sobre as condições de atuação dos docentes; a questão da formação inicial dos professores e a formação e valorização dos professores no Plano Nacional de Educação (PNE). No saguão do auditório do PDE, os participantes puderam ver a exposição fotográfica “Bianchi e suas conexões com Ponta Grossa”, organizada pela professora Patrícia Camera, do Departamento de Artes da UEPG. No momento cultural, assistiram à apresentação do trio Jazz Maia, composto pela professora Trio Marília Giller (piano), Ian Giller Branco (bateria) e Allan Giller Branco (baixo).  

 Reitor da UEPG assume presidência da Apiesp 

 “Quero reafirmar nossos compromissos, ciente de que termos árduos encaminhamentos junto ao governo estadual, aos órgãos de fiscalização e controle e às nossas instituições”. Com esta declaração o reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) tomou posse, também na última quinta-feira (28) da presidência da Associação Paranaense de Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), em solenidade realizada durante a abertura do Fórum de Pró-Reitores de Graduação da Região Sul – Forgrad Sul, no auditório do PDE (Campus Uvaranas). 

O reitor Aldo Nelson Bona, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Uncentro), presidente da entidade nos biênios 2012/2014 e 2014/2016, transmitiu o cargo, tendo como testemunhas o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes; e o professor Vigor Hugo Zanetti, da Unicentro. A nova diretoria executiva da Apiesp terá ainda a reitora Fátima Aparecida da Cruz Padoan, da Universidade Estadual do Norte Pioneiro (UENP), como vice-presidente; e o reitor Antônio Carlos Aleixo, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), como tesoureiro. “Juntamente como os pares de diretoria, contamos com a colaboração de sempre do nossos colegas reitores, pró-reitores, procuradores e dirigentes universitários, assim como a imprescindível assistência do professor João Carlos Gomes, junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior”, disse o reitor da UEPG, reconhecendo ainda o trabalho realizado pelo reitor Aldo Nelson Bona que, em agosto, assumirá a presidência da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem). 

Aldo Nelson Bona fez um breve balanço dos quatro anos em que esteve no comando da Apiesp. Um dos primeiros desafios enfrentados, segundo ele, foi resolver o problema da sede da entidade, que por muito tempo esteve abrigada em espaço cedido pela FIEP, no Centro Cívico, em Curitiba. Diante da necessidade de desocupação da sala, partiu-se para a locação de uma sala na sede da Faciap, também no Centro Cívico. “Além da questão da sede, promovemos a reformulação estatutária da associação, principalmente em razão da transformação das faculdades em campi da Unespar (Universidade Estadual do Paraná), o que alterou a estrutura organizacional da entidade”. 

O reitor da Unicentro ainda citou entre as realizações de sua gestão as negociações salariais dos docentes, colocando a Apiesp como um mediador entre governo e os sindicatos representantes da categoria. Papel idêntico foi assumido nas negociações para reestruturação do plano de carreira dos agentes universitário. “Certamente negociação salarial não é tarefa que se enquadre nas finalidades de nossa associação, mas a atuação da entidade contribuiu para avançarmos na solução de impasses que afetavam diretamente o funcionamento do Ensino Superior no estado”. 

No balanço, Aldo Nelson Bona relacionou também o apoio para a realização do XX Fórum de Reitores da Abruem em Foz do Iguaçu; a promoção de ações de internacionalização das IES estaduais, citando o acordo com a Rede Zicosur; ações políticas em favor das universidades públicas paranaenses, participando da articulação promovida pela Abruem, visando a obtenção de recursos do governo federal para custeio das IES estaduais e municipais. “Buscamos fortalecer a capacidade de articulação e representação política da associação, atuando em defesa dos interesses do coletivo de nossas instituições”, disse, comentando também sobre os embates em torno da questão orçamentária das universidades. “Batalhas por recursos e batalhas contra um conjunto de medidas que colidem frontalmente contra o princípio constitucional da autonomia universitária, princípio esse que defendemos e defenderemos de todas as formas e com todas as medidas cabíveis”. 

“Outras questões poderiam ser citadas nessa rápida memória das ações da Apiesp nos últimos quatro anos. Não foram ações feitas por um ou por outro reitor, mas ações feitas em conjunto. E esse é o maior mérito do período: a unidade na diversidade”, afirmou Aldo Nelson Bona, agradecendo aos parceiros e parceiras que teve nesse período, em particular a professora Nádina Moreno, vice-presidente durante os dois primeiros anos de trabalho, e ao professor Carlos Aleixo, vice-presidente nos dois últimos anos. “Desejo ao professor Luciano Vargas, novo presidente e à professora Fátima Paduan, vice, toda a sorte e competência necessárias para conduzir os trabalhos nesse período que se revela como dos mais difíceis dos últimos tempos. “Tanto no cenário nacional como no estadual, o discurso de que a educação superior é um peso aos cofres públicos vem ganhando corpo. Precisamos combater essa visão nefasta cujos objetivos e desdobramentos são claramente previsíveis”.

Fonte: Assessoria de Comunicação da UEPG.

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